Professores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso Sul) realizaram ontem (28) uma análise das partículas finas inaláveis presentes no ar e que prejudicam a saúde. Segundo o professor responsável, Widinei Fernandes, as ações foram feitas no centro da cidade e servem para medir a qualidade do ar. A medida foi realizada com equipamentos vindos da central de monitoramento do ar que será instalada no campus da universidade.
Segundo Fernandes, os testes com os equipamentos marcaram o volume de material particulado vindo de carros que circulam pela área central. “Existe uma tabela que indica uma quantidade de partículas das quais o ser humano pode ficar exposto. Esse equipamento é capaz de medir partículas com até 2,5 micrômetros, que são partículas muito finas e que quando inaladas em uma concentração alta, elas entram na corrente sanguínea e aumentam as chances de paradas cardíacas ou problemas como AVC”, apontou Fernandes.
Por definição da OMS (Organização Mundial da Saúde), a partir de índices com 25 microgramas por metro cúbico já representam perigo para a saúde. Os resultados obtidos em um dos pontos testados na Praça Ary Coelho apresentaram maior presença de material particulado, o que representa durante aquele tempo de permanência o mesmo que uma pessoa ter ficado exposta a 1,5 cigarro aceso.
Responsável pelo projeto que viabiliza a parceria entre o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a UFMS, e a Prefeitura de Campo Grande, o vereador Eduardo Romero (Rede) apontou que a medida promove uma economia aos cofres públicos, já que o controle da qualidade do ar é uma norma estabelecida em lei e o centro de pesquisa da universidade já possui os equipamentos e mão de obra, restando à prefeitura apenas os custos com a manutenção. Além dessa economia, controlar essa qualidade possui diversos benefícios. “O investimento com monitoramento da qualidade do ar reduz os gastos com saúde pública. Por exemplo, se uma região possui um alto índice, com uma pequena mudança, eu já obtenho um outro número. Hoje, as queimadas têm feito muita gente passar mal, se eu tenho dados sobre determinada região, eu posso informar quais cuidados são necessários”, frisou Romero.
A prefeitura tem até o dia 31 de dezembro deste ano para liberar a verba, que dá andamento no monitoramento da qualidade do ar no município. (Amanda Amorim)