Levantamento feito pela Santa Casa de Campo Grande, revela que a semana começou com Pronto-Socorro superlotado no maior hospital do estado. O hospital atendeu só no fim de semana 25 e 26 de fevereiro, 405 pessoas em situações variadas e o destaque são para atendimentos de pessoas envolvidas em acidente de trânsito, que somam 23 vítimas que precisaram da instituição, na Capital. Segundo a diretoria, a demanda está acima da capacidade técnica da unidade.
Além disso, também deram entrada nove vítimas de agressão física e mais oito por ferimentos de arma branca e arma de fogo, os demais foram voltados a atendimentos clínicos e obstétricos.
Atualmente, o Pronto-socorro é o maior do Estado em atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e possui apenas 13 leitos contratualizados com o Poder Público nas duas unidades de atendimentos a pacientes críticos (graves) e não críticos (menos graves).
Na Unidade de Decisão Clínica – Crítica, que é o setor que recebe os pacientes mais graves, na manhã da última segunda-feira, 27 de fevereiro, tinha 11 pacientes, chegando a 183% de ocupação acima da sua capacidade máxima que são de 6 leitos.
Já a Unidade de Decisão Clínica – Não Crítica, no mesmo período, o local estava com, 671% de ocupação, acima sua capacidade máxima que é de 7 leitos, havendo 47 pacientes não graves no setor. No período vespertino, a ocupação da Unidade de Decisão Clínica – Crítica aumentou para, 233% em relação a sua capacidade, mas o crescimento maior foi na Unidade de Decisão Clínica – Não Crítica que chegou a ter, 785% de ocupação com 55 pacientes no setor.
E mesmo com os esforços das equipes multiprofissionais na aplicação dos protocolos de gerenciamento de leitos na instituição, o Plano de Capacidade Plena (PCP), que destinam os pacientes a internação ou dar alta hospitalar, ainda assim, no período noturno, a Unidade de Decisão Clínica – Não crítica continuou com uma ocupação de 600% acima da capacidade do setor.
E na manhã desta terça-feira, 28 de fevereiro, o Pronto-socorro estava com a situação mais branda, mas a quantidade de pacientes na Unidade de Decisão Clínica – Não crítica era de 39 pacientes, ou seja, a taxa de ocupação ainda continuava bem acima da capacidade, chegando a 557%.
A superlotação que acontece de forma recorrente no hospital se dá ao grande número de pacientes encaminhados, mas poderiam ser absorvidos em outras unidades.
Para o diretor técnico da Santa Casa de Campo Grande, Dr. William Leite Lemos, a superlotação é causada por uma série de fatores e é algo historicamente crônico. Essa situação nos mostra de forma clara a necessidade da regulação mais efetiva pela rede de saúde em destinar os pacientes conforme a referência e de investir e tornar a atenção básica mais resolutiva, até porque o problema não é exclusivo da Santa Casa, mas acaba estourando com maior intensidade no nosso serviço devido ao perfil dos pacientes que, na sua maioria, são graves, politraumatizados, neurocirúrgicos e que acabam disputando espaço com demais que poderiam ser absorvidos em outras unidades.
O gestor, reforçou ainda que “…É necessário destacar que a infraestrutura hospitalar da capital está defasada há cerca de 20 anos, seja por falta de unidades hospitalares que acompanhem o crescimento da população, seja pela obsolescência da estrutura já instalada”, destacou o Diretor Técnico, Dr. William Leite Lemos.
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