Vírus Sincicial Respiratório é altamente contagioso e pode levar à morte de bebês e pessoas idosas

Foto: Divulgação/internet
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A sazonalidade do VSR (Vírus Sincicial Respiratório) começa neste mês de março e segue até julho, com pico de transmissão entre esses meses. O VSR é um dos prin cipais responsáveis por in fecções respiratórias graves em bebês, podendo levar a quadros de bronquiolite e pneumonia. Dados da SAPS (Secretaria de Atenção Pri mária à Saúde) revelam que o VSR é responsável por cerca de 80% das bronquiolites e até 60% das pneumonias em crianças menores de 2 anos. Estimativas apontam que 1 em cada 5 crianças infectadas pelo VSR necessitará de aten dimento ambulatorial, e 1 em cada 50 será hospitalizada no primeiro ano de vida.

A boa notícia é que a vaci nação é a principal forma de prevenção. Em 2024, o Brasil incorporou uma vacina es pecífica para gestantes, que está disponível no SUS (Sis tema Único de Saúde). Além disso, neste ano de 2025, foi introduzido um imunizante específico para bebês de 0 a 2 anos, disponível apenas na rede particular.

Vacinas no SUS e na rede particular

A vacina para gestantes já está disponível no SUS desde 2024, proporcionando proteção indireta para os recém-nascidos nos primeiros meses de vida, período mais vulnerável ao VSR. A novi dade de 2025 é a vacina para bebês de 0 a 2 anos, mas ela está disponível apenas na rede particular. Em Campo Grande, o preço da vacina Beyfortus (nirsevimabe) varia entre R$ 3.945,00 à vista e R$ 4.400,00 parcelado.

Até o momento, em 2025, Campo Grande já registrou três casos de infecção por VSR, incluindo dois bebês com menos de 1 ano e uma criança menor de 4 anos. Em 2024, a cidade registrou 427 casos e 16 mortes, sendo 7 bebês com menos de 1 ano. A situação foi ainda mais alarmante entre 2018 e 2024, quando o Brasil registrou mais de 83 mil internações de bebês prematuros devido a complicações do VSR.

Importância da imunização

Recentemente, o Ministério da Saúde anunciou a incorpo ração de novas tecnologias, como o anticorpo monoclonal nirsevimabe, que oferece proteção imediata contra o VSR para bebês prematuros e crianças com comorbidades. Além disso, a vacina recom binante para gestantes visa proteger os bebês nos pri meiros meses de vida. Estudos indicam que essas vacinas podem evitar cerca de 28 mil internações anuais, benefi ciando aproximadamente 2 milhões de bebês nascidos anualmente.

A Dra. Jaqueline Pasa Blans Carnelos, pneumopediatra, destaca a importância da vaci nação contra o VSR, especial mente para bebês e crianças menores de dois anos. “A bron quiolite, uma inflamação grave nos pulmões, pode levar à in ternação e até à intubação. O VSR é o principal responsável por essa condição em bebês, tornando a vacinação essen cial”, explica.

Ela também reforça a ne cessidade de vacinar idosos e pessoas com comorbidades, já que essas vacinas ajudam a proteger toda a comunidade. “A vacinação contribui para o conceito de imunidade de rebanho, diminuindo a propa gação de doenças como o VSR e outras infecções respirató rias”, afirma.

Primeiro caso em seis anos

A morte de uma criança de 1 mês e 29 dias em Campo Grande, MS, em 19 de feve reiro de 2025, trouxe à tona questões sobre a vacinação e a prevenção de doenças graves como a coqueluche. A criança apresentou tosse persistente, febre e dificul dades respiratórias, evo luindo para bronquiolite, pneumonia e choque sép tico. O prontuário médico indicou que ela não recebeu a vacina Penta, pois ainda não havia atingido a idade mínima, e a mãe também não recebeu a vacina DTPa durante a gestação.

“Óbito por Coqueluche em Campo Grande – MS: Criança sem comorbidades, sem história de contato ou viagem, mãe realizou pré–natal, mas não há registro de vacina de DTPa”, consta no prontuário.

Em nota ao O Estado, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande confirmou o primeiro óbito por coqueluche desde 2019. A criança não possuía histórico de vacinação pentavalente, pois ainda não tinha idade para ser imunizada. A proteção para os lactentes menores de 2 meses, enquanto ainda não completam o ciclo vacinal, depende da aplicação da vacina dTpa na mãe, durante o pré-natal, que ajuda a proteger o bebê. Neste caso, no entanto, não foi encontrado nenhum registro da aplicação dessa vacina. A Secretaria reforçou que, entre 2021 e 2023, não houve notificações de casos da doença na cidade, e não havia registros de óbitos desde 2019.

Por Suelen Morales

 

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