Vacina contra sarampo na rede particular chega a R$ 180 e MS aposta na “dose zero”

Foto: divulgação
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O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da SES (Secretaria de Estado de Saúde), começou a implementar a chamada dose zero da vacina contra o sarampo para crianças de 6 meses a 11 meses e 29 dias. A medida segue uma recomendação do Ministério da Saúde e busca reforçar a imunidade de bebês antes da idade prevista no calendário de vacinação, diante do risco de reintrodução do vírus, especialmente nas regiões de fronteira.

Enquanto a aplicação será gratuita na rede pública, clínicas particulares de Campo Grande já registram aumento na procura. Um levantamento feito pela reportagem mostra que o valor da tríplice viral (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola) varia entre R$ 118 e R$ 180, dependendo do estabelecimento.

Na rede Sabin, a vacina custa R$ 118, mas a unidade está sem estoque no momento. Na Immune Life, a dose é vendida por R$ 126, e funcionários afirmam que a procura está estável. Já na Imunitá, o valor chega a R$ 180, com aumento na demanda nos últimos dias, atribuído à preocupação com os casos na fronteira. Em todas elas, a dose zero pode ser aplicada a partir dos seis meses, mas fora da faixa etária recomendada pelo PNI, é necessário apresentar prescrição médica.

O sarampo é altamente contagioso e transmitido por via aérea ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Uma pessoa infectada pode transmitir a doença para até 90% das pessoas próximas que não estejam imunes.

A Secretaria reforça a importância da atualização do cartão de vacinação e alerta, em nota, que “qualquer pessoa com sintomas como febre, manchas avermelhadas na pele, tosse, coriza ou conjuntivite deve procurar uma unidade de saúde imediatamente”.

De acordo com a Nota Técnica nº 49/2025-DPNI/SVSA/MS, a dose zero não substitui as vacinas do calendário regular (aos 12 e 15 meses) e não entra no cálculo da cobertura vacinal. O objetivo é criar uma barreira imunológica antecipada para bebês em uma fase mais vulnerável.

A medida foi discutida na última sexta-feira (8) em uma reunião virtual entre a SES e coordenadores municipais de imunização, que também abordaram a intensificação de bloqueios vacinais e o monitoramento de casos suspeitos. Desde o início do ano, o estado notificou 26 casos de suspeita de sarampo. Desses, 22 foram descartados e 4 seguem em investigação.

Os últimos registros confirmados no estado ocorreram em 2019 (dois em Três Lagoas e dois em Campo Grande) e em 2020 (dez casos na Capital). Atualmente, a cobertura vacinal da primeira dose da tríplice viral em Mato Grosso do Sul está em 88,27%, e a da segunda, em 70,82%.

Por Inez Nazira

 

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