Saiba todos os detalhes da vacinação contra a COVID-19 em crianças de 5 a 11 anos

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Foto: Sumaia Villela/Agência Brasil

Com o anúncio oficial pelo Ministério da Saúde no dia de ontem (5), sobre a inclusão da faixa etária dos 5 aos 11 anos no PNI (Plano Nacional de Vacinação) contra a COVID-19, muitos pais, mães, vovós e “titios” responsáveis por suas crianças querem saber como é que se dará esse novo âmbito vacinal. A novidade é tamanha, assim como perguntas sobre o assunto.

Por isso, O Estado Online já compilou algumas respostas para que você não fique perdido e também não perca a hora de levar os “pequenos” da sua família para imunizar. Veja abaixo:


Vacina e dosagem

Antes de tudo, importante frisar que a vacina contra a COVID-19 para a criançada não é a mesma que receitada aos adultos. Por mais que a escolhida seja a da Pfizer – após estudos de eficácia e segurança realizados e entregues pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em dezembro do ano passado –, a dosagem não passa dos 0,2 mililitros (duas doses) ou 10 microgramas. Isto corresponde a um terço da formulação (em duas doses) aplicada nos adolescentes de até 12 anos e também nos adultos e pessoas idosas (60 anos ou mais).

O princípio ativo segue o mesmo: RNA mensageiro (mRNA). Em outras palavras, o mRNA sintético dá instruções ao corpo humano para a produção de proteínas encontradas na superfície do vírus. São elas que levam à resposta do sistema imunológico, trazendo, assim, a proteção pretendida. A farmacêutica Pfizer-BioNTech atestou a eficácia de sua vacina em mais de 90% na prevenção de infecções à faixa etária.

Além da quantidade específica na dosagem pediátrica, haverá adoção de cores diferentes nos frascos. A ideia aqui é evitar confusão na hora da vacinação. Embalagens com a tampa de cor roxa identificam as doses para maiores de 12 anos; já as laranjas, para crianças de 5 a 11 anos.

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Frascos de doses adulta e pediátrica terão cores diferentes a fim de evitar confusão. Foto: Reprodução/ Pfizer-BioNTech

Intervalo entre doses

Assim com adolescentes e adultos, a criançada também receberá duas doses da vacina contra a COVID-19. Diferente do que já se está acostumado, o intervalo entre doses não será de 21 dias, mas de 56, o equivalente a oito semanas de espera. A justificativa do Ministério da Saúde para tal tomada de decisão é que os ensaios científicos apontam para uma maior fabricação dos anticorpos neutralizantes.

Receita médica

Após consulta pública pelo próprio ministério para saber se o povo brasileiro preferiria a obrigatoriedade na apresentação de receita médica para vacinar as crianças, a resposta veio em peso: não, não será necessária receita médica que permita a imunização da criançada.

Entretanto, a recomendação do próprio titular da pasta federal, Marcelo Queiroga, é que os pais tenham “bom senso”, isto é, se querem ou não vacinar os filhos e netinhos. De qualquer maneira, o “conselho” do ministério é que os responsáveis consultem um médico antes de levarem as crianças para tomar vacina.

A criança só será vacinada acompanhada dos pais ou responsáveis, ou então – caso na ausência deles – com uma autorização por escrito.

Cronograma e número de doses

O Ministério da Saúde confirmou que o primeiro lote de vacinas pediátricas já deva chegar ao país no próximo dia 13. Aos estados, a distribuição será feita já no dia seguinte. Na sequência, os municípios brasileiros já estarão aptos a fazer a vacinação. Caso o calendário seja cumprido, dia 14 e 15 de janeiro a criançada já poderá ser imunizada.

Também durante a coletiva, foi informado que o governo brasileiro fechou um contrato com a Pfizer para que receba até o fim do 1º trimestre deste ano o total de 40 milhões de doses. As primeiras serão entregues em três voos em janeiro – dias 13, 20 e 27. O total de cada uma das entregas é de 1,24 milhões de doses.

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Calendário oficial do Ministério da Saúde para início do recebimento das doses pediátricas. Foto: Reprodução/YouTube

Grupos prioritários e quantitativos

Uma ordem de prioridade para a faixa etária foi indicada como recomendação. No caso, o ministério orienta que aquelas com comorbidade, sejam PCDs (pessoas com deficiência), ribeirinhas/quilombolas/indígenas, em situação de rua, etc., ganhem o imunizante prioritariamente. Ainda, sugestão de que a imunização para o grupo seja iniciada de forma decrescente em idade (do maior para o menor, isto é, dos 11 aos 5 anos). Tudo isso será definido por cada gestão municipal.

Em Campo Grande, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) estima que 90 mil pessoas na faixa etária serão vacinadas. Até o momento, somente 7.798 delas se inscreveram no sistema de vacinação contra a COVID-19 da Capital. A prefeitura já abriu o cadastro de identificação prévia desde o último dia 16 de dezembro. Para participar, é necessário preenchimento das informações solicitadas pelo site vacina.campogrande.ms.gov.br.

Já no Brasil, dados do Censo 2020 feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) avaliam que 20 milhões de crianças precisarão ganhar a dose.

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Indígenas, assim como quilombolas, PCDs, crianças em situação de rua, etc., estão entre as prioridades. Foto: Mário Vilela/Funai

Pontos de vacinação

Assim como já realizado anteriormente para adultos e adolescentes, cada estado e município decidirá onde aplicar as doses de vacina. Em Campo Grande, o secretário municipal de Saúde, José Mauro, afirmou que a prefeitura estuda criar polos de vacinação dentro das escolas públicas da cidade para imunizar o público.

Independente dessa implantação, a imunização das crianças também será feita nos postos de saúde.

Ainda, não houve confirmação oficial por parte da Sesau, porém fontes próximas ao secretário, além de servidores da Saúde ouvidos pelo O Estado Online, garantem que haverá o retorno de dois pontos de vacinação: o drive-thru Ayrton Senna e o Quartel Central BM (Bombeiros Militar).

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Além da vacinação dentro das escolas, prefeitura estuda voltar com o drive-thru Ayrton Senna. Foto: Divulgação/Sesau

Reações adversas

Especialistas da Anvisa não desmentem a possibilidade delas acontecerem, mas que as reações adversas são raras. Entretanto, com relação aos efeitos colaterais como dor no local da aplicação, febre, mal estar pelo corpo e irritabilidade, estes podem ser esperados.

Agora, caso a febre se torne persistente por mais de três dias, a criança sinta dor na região do tórax e também tenha dificuldade para respirar, os médicos aconselham procurar um posto de saúde ou hospital mais próximo. Porém, novamente, os especialistas reafirmam que esses quadros são extremamente raros.

“A gente não está dizendo que a vacina tem 0% de risco. Estamos dizendo que a vacina é extremamente segura, que um percentual muito pequeno vai ter evento adverso, e a imensa maioria desses eventos adversos vai ser considerada leve”, explica Eduardo Jorge da Fonseca Lima, membro do Departamento Científico de Imunizações da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

Com relação a miocardia (inflamação na parede do coração), o risco só é considerável caso o intervalo de oito semanas entre as doses não for respeitado. O tempo estipulado pelo Ministério da Saúde é superior ao previsto na bula da vacina da Pfizer, por isso, segundo a pasta, “é eficaz e mais seguro” o prazo.

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