Conselho Regional de Farmácia alerta para uso indiscriminado do medicamento e a necessidade do acompanhamento médico
O laboratório farmacêutico EMS confirmou nos últimos dias o início da venda de dois modelos de canetas emagrecedoras fabricadas no Brasil: o Olire, indicado para a perda de peso, e o Lirux, para o controle da diabetes tipo 2. E, embora a comercialização esteja prevista para iniciar nesta segunda-feira (4), desde o anúncio, o tema tem movimentado as farmácias de Campo Grande.
De acordo com informações repassadas pelo laboratório, os medicamentos estarão disponíveis, primeiramente, na rede Drogasil, Droga Raia e outras duas que não têm loja na Capital, mas a distribuição deverá ser feita de forma escalonada para todas as regiões do país. A reportagem do jornal O Estado esteve na manhã do sábado (2), em duas unidades da Drogasil localizadas na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, e constatou que, até o momento, nenhuma havia sido informada sobre a chegada dessas novas substâncias.
Por outro lado, funcionários destas duas unidades comentam que, apesar de ainda não ser possível cravar uma data para a chegada dos novos produtos, a busca pelos emagrecedores, tais como a famosa Ozempic, Mounjaro e Wegovy, ainda continua em alta, mesmo que a venda esteja restrita e necessite de receita médica. De acordo com farmacêuticos consultados, os estoques que chegam às lojas não duram mais que um dia e, dependendo da dinâmica adotada, há inclusive filas de espera para a compra.
“Nós orientamos sobre como usar, qual é o melhor local para aplicar e tiramos dúvidas, mas, de forma geral, a orientação médica é feita na hora da consulta e, agora, as canetas são vendidas apenas com retenção da receita”, afirmou a gerente de uma das lojas que preferiu não ser identificada.
Na capital, os interessados em obter resultados na balança através do uso deste tipo de substância devem desembolsar entre R$1.500 e R$2.000, em uma caixa com 4 canetas, dependendo da marca e do miligrama. Outro fato que chama a atenção e tende a ampliar a busca pelas novas canetas da EMS, cujos preços para a embalagem com apenas uma unidade devem ser comercializados a partir de R$ 307,26, enquanto o kit com três canetas deve custar em torno de R$ 760,61.
CRF-MS alerta
Em entrevista ao Jornal O Estado, Daniely Proença – presidente do CRF-MS (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul) – afirma que, com a chegada dos novos medicamentos, é esperado um aumento no consumo, contudo frisa que aqueles que tenham interesse em realizar o uso destes produtos precisam procurar suporte médico e farmacêutico adequado, uma vez que os profissionais receberam orientação para isso.
“Com a chegada dessas canetas nacionais, também é possível que haja um aumento no uso desses produtos. No entanto, é fundamental que os pacientes sejam sempre orientados sobre os riscos da automedicação, a importância desse acompanhamento pelo profissional e, para isso, o trabalho do farmacêutico é essencial nesse processo, pois eles são capacitados para fornecer todas as informações seguras e confiáveis e, assim, garantir que esse uso desse medicamento seja feito de uma maneira totalmente responsável”, finaliza.
Por Michelly Perez e Ana Clara Santos
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