Ministério amplia o esquema vacinal e MS recebe nova remessa do imunizante
Mato Grosso do Sul registrou um cenário de queda gradativa nos casos de Covid-19, desde 2020. Este ano, foram confirmados 12.758 casos, sendo 15 na semana 48 do Boletim Epidemiológico, divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), com o seu pico sendo na semana 39, quando foram contabilizados 572 diagnósticos positivos. Além disso, foram registradas 129 vítimas fatais, uma queda de 41% em relação ao ano passado. Especialista aponta que a melhor medida para o combate da doença é a vacina.
A gerente técnica de Influenza e Doenças Respiratórias da SES (Secretaria de Estado de Saúde), Lívia Mello, explica que ao contrário de outros vírus respiratórios, como a Influenza, que circulam com maior intensidade em alguns meses do ano (períodos sazonais), a Covid-19 não se restringe a períodos específicos e seu controle está diretamente ligado à imunização da população.
“A circulação viral do SARS-CoV-2 e de outros vírus respiratórios continua, juntamente com o surgimento frequente de novas variantes. Precisamos manter a vacinação em dia e continuar tomando os cuidados necessários para evitar que a situação epidemiológica se torne um cenário novamente negativo”, alerta a gerente.
Desde 2020, o Estado acumula cerca de 637.347 casos diagnosticados e 11.310 vítimas. “Lá atrás, no auge da pandemia, nós reforçamos os cuidados básicos, como a higienização das mãos, o uso de álcool em gel e até mesmo o distanciamento em relação a casos positivos. Esses cuidados se perderam com o tempo, mas permanecem sendo medidas muito eficazes quando aliadas à imunização”, reforça.
Questionado se há uma previsão na diminuição de casos para o ano que vem, como vem acontecendo nos últimos anos, o médico infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Julio Croda, pontua que não há como afirmar nada no momento, mas podemos acreditar numa melhora. O Dr. enfatiza que a vacina é o principal aliado para a erradicação da doença.
“Notamos que há um aumento no período de férias e uma estabilização no resto do ano. Este ano foi atípico, em outubro apresentou um crescimento inesperado, o normal era essa estabilidade que vem apresentando, como na última semana que foi registrado 15 casos”.
Período de férias
Com o período de férias e recesso muitas pessoas procuram viajar, nesse momento as pessoas se tornam suscetíveis ao vírus. O médico infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Julio Croda, explica que esse é um dos principais fatores para o aumento no número de casos.
“As pessoas voltam para o Estado com o vírus adquirido em outro lugar. Os meses de dezembro e janeiro são os com maiores incidências por este motivo. A recomendação para as pessoas que notarem alguns dos sintomas é o isolamento, para que outras pessoas não se contamine também”
Vacina contra Covid
Este ano, o estado sofreu com alguns períodos sem imunizantes, afetando assim a cobertura vacinal na população sul-mato-grossense. Contudo, nesta semana Mato Grosso do Sul recebeu uma nova remessa de vacinas contra a Covid-19 enviada pelo Ministério da Saúde. Ao todo, foram entregues 20 mil doses do imunizante Zalika, fabricado pelo Instituto Serum, da Índia. As vacinas serão distribuídas aos 79 municípios do estado, priorizando grupos específicos conforme o PNI (Programa Nacional de Imunizações).
A vacina Zalika é indicada para pessoas a partir de 12 anos de idade e será utilizada na imunização de grupos prioritários, incluindo indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pessoas imunocomprometidas e profissionais da saúde. Esta é a primeira vez que o estado recebe doses desse fabricante, ampliando as opções de imunizantes disponíveis na rede estadual.
De acordo com dados da SES, cerca de 83,2% da população recebeu a vacina monovalente. Recentemente, o Ministério da Saúde anunciou mudanças no esquema vacinal, ampliando o público alvo, permitindo que gestantes e idosos com 60 anos ou mais passem a integrar a vacinação de rotina contra a Covid-19. As gestantes deverão receber o imunizante mais atualizado durante a gravidez, enquanto os idosos receberão uma dose a cada seis meses.
“As gestantes receberão uma dose durante a gestação, encerrando o esquema vacinal nesse período. Já os idosos deverão receber uma dose a cada seis meses, considerando que estudos comprovam que, com o passar do tempo, os níveis de anticorpos diminuem, reduzindo a proteção. Além disso, recebemos um novo imunizante, o que também representa uma novidade importante para reforçar a proteção desses grupos prioritários”, explica o gerente de Imunização da SES, Frederico de Moraes.
Por Inez Nazira