Dr. Victor Rocha critica falta de diálogo entre a Sesau e os hospitais que atendem a população

Foto: Divulgação
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O vereador Dr. Victor Rocha, presidente da Comissão de Saúde da Câmara de Campo Grande, juntamente com a presidente da Santa Casa, Dra. Alir Terra apresentou a real situação sobre o fechamento do serviço de psiquiatria oferecido pelo hospital.

A falta de diálogo entre a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) com as instituições que oferecem assistência médica na Capital é um dos questionamentos feitos durante entrevista nesta quinta-feira (13).

Dra. Alir Terra explicou que desde 7 de dezembro de 2022, estamos sem contrato com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), e sem recurso financeiro para a manutenção dos leitos da Unidade de Atenção Psicossocial (UAPS).

“Desde de dezembro do ano passado, estabelecemos contato com a prefeitura de Campo Grande, para regularizar o Serviço de Psiquiatria e continuar a oferecer atendimento à população. Essas tratativas duraram aproximadamente 8 meses, e não obtivemos resultado. Vale destacar que, durante todo esse tempo, a Santa Casa manteve o setor funcionando normalmente, sem o pagamento pelos serviços. O custo do setor, envolvendo o pagamento de profissionais, insumos e tratamentos, gira em torno de 200 mil reais por mês”, pontuou.

Para o presidente da Comissão de Saúde, Dr. Victor Rocha a Sesau tem adotado uma postura equivocada para lidar com a contratualização dos serviços de saúde na capital em relação aos hospitais que atendem a população.

“Foi assim com o São Julião, esperaram até o último instante para renovar o contrato com a instituição para forçar a contratualização no mesmo valor de cinco anos atrás, sem aumento de nenhum repasse. Agora o mesmo modus operandi para com o serviço de Psiquiatria na Santa Casa?  Sem contar nos outros serviços que o hospital tem oferecido sem o devido repasse financeiro por parte da prefeitura de Campo Grande?”, questionou o parlamentar que vem cobrando seriedade na gestão da Saúde Pública da Capital.

Com todos os documentos em mãos, a presidente da Santa Casa, Dra. Alir Terra comprovou as inúmeras tentativas para resolver a questão junto à Sesau, porém, sem sucesso. Também esclareceu que em relação à proposta feita pela Sesau para continuarmos com o Serviço de Psiquiatria aberto, esclarecemos que a situação não ocorreu como descrito.

“O recurso partiu da iniciativa da própria Santa Casa que conseguiu em uma emenda parlamentar de um senador de MS, com valores depositados no Fundo Municipal de Saúde. Destacamos que esse dinheiro nunca foi exclusivo da psiquiatria, e sim a verba de custeio do hospital como um todo. Uma vez depositado no Fundo Municipal de Saúde, a Sesau passou a tentar utilizar o valor para custear um serviço que era de sua responsabilidade. Não temos condições financeiras de manter um serviço pelo qual não estamos sendo pagos pelo Poder Público. O fechamento do serviço foi a única saída que tivemos para continuar equilibrando nosso orçamento e atendendo aos demais serviços que de fato são habilitados em nossa instituição, como por exemplo, urgência e emergência”, pontuou.

Dr. Victor Rocha lembrou que a cada semana há uma reclamação por conta da Saúde Pública em Campo Grande. “É a constante falta de medicamentos, que a Sesau insiste em dizer que só faltam alguns na lista do Remume (Relação Municipal de Medicamentos Essenciais), mas são justamente esses que a população mais precisa. Ontem estive na Unidade de Saúde do Tarumã e faltava até paracetamol, remédios para controlar pressão e diabetes, psicotrópicos. Na semana passada tivemos que intervir, junto ao Sindicato dos Médicos e o Conselho Municipal de Saúde sobre o corte nas escalas dos pediatras, clínicos gerais, enfermeiros, técnicos de enfermagem e administrativos, que a Sesau estava propondo como forma de ‘readequação’. Agora essa questão da Ala de Psiquiatria da Santa Casa, apresentando como solução a antiga maternidade da Moreninha, que há anos tentam reativar novos serviços de saúde no local, porém sem sucesso. O fechamento do Serviço de Psiquiatria na Santa Casa é mais um dos motivos que retrata a falta de gestão na Saúde Pública da Capital”, finalizou o presidente da Comissão de Saúde.

A Saúde que Queremos em Campo Grande

Em abril deste ano, foi realizada a audiência pública para debater a Saúde que queremos em Campo Grande. Na oportunidade foi entregue um documento com sugestões para oferecer uma saúde pública de qualidade e com resultado para a população campo-grandense:

1º) RECURSOS HUMANOS INSUFICIENTES com falta de Médicos Clínicos, Pediatras, Psiquiatras, Ginecologistas, Especialistas, Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem, Administrativos, Odontológicos, Auxiliares de Saúde Bucal, Psicólogos, Assistentes Sociais, Fonoaudiólogos, Fisioterapeutas, Terapeutas Ocupacionais, Farmacêuticos e Agentes de Saúde.

Solução: Realização de Concurso Público para ampliação dos Profissionais de Saúde.

2º) NÚMERO DE LEITOS HOSPITALARES INSUFICIENTES PARA PACIENTES ADULTOS E CRIANÇAS

Solução: Ampliação do número de leitos hospitalares em Campo Grande, em Rede própria, contratualizada ou Rede privada.

3º) FALTA DE MEDICAMENTOS BÁSICOS NAS UNIDADES DE SAÚDE

Solução: Compra emergencial de medicamentos da REMUME (Rede Municipal de Medicamentos).

4º) UNIDADES DE SAÚDE COM ESTRUTURA FÍSICA COM NECESSIDADE DE REFORMA

Solução: Aumento da disponibilização do Suprimento de Fundos aos Diretores Distritais; Manutenção Preventiva e Corretiva das Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Saúde da Família, UPAs, Centros Regionais de Saúde e CAPS.

5º) ATRASO NO REPASSE AOS HOSPITAIS CONTRATUALIZADOS

Solução: Dar celeridade no trâmite burocrático entre SESAU e Procuradoria Geral do Município, para agilizar os pagamentos dos serviços prestados aos Hospitais.

6º) ODONTOMÓVEL COM NECESSIDADE DE REFORMA.

Solução: Necessidade de reforma do Odontomóvel para fazer odontologia preventiva.

7º) DESCUMPRIMENTO DAS ORDENS JUDICIAIS EM SAÚDE

Solução: Cumprimento das demandas judiciais para efetivar o direito aos usuários do SUS e redução dos custos com o cumprimento.

8º) DESVALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Solução: Implementação da Insalubridade aos profissionais de saúde, inclusive aos Agentes Comunitários de Saúde; Implementação dos Planos de Cargos e Carreiras aos Profissionais e melhoria das condições de trabalho, para retenção dos profissionais de qualidade.

9º) SUBFINANCIAMENTO DOS HOSPITAIS CONTRATUALIZADOS

Solução: Discutir com cada prestador de serviços o que poderia ser ampliado em serviços para atender a população e correção do financiamento dos hospitais, com ampliação do financiamento Federal, Estadual e Municipal com valores adequados.

10º) INSTITUIR UMA POLÍTICA NUTRICIONAL para os pacientes internados nas unidades 24 hora – UPAS E CRS

11º) FILAS DE ESPERA DE CONSULTAS ESPECIALIZADAS, EXAMES E CIRURGIAS.

Solução: “Implementação da Lei Saúde para Todos”, para realização de mutirões de saúde para zerar as filas de espera no SUS;

12º) SOLICITAÇÃO DE APOIO AO TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL para que a Prefeitura Municipal de Campo Grande seja compelida a cumprir o Art. 5º da Constituição Federal (Saúde Direito de Todos), para oferecer uma saúde pública de qualidade à população para que possamos resolver de vez os principais problemas da saúde. Acesse também: Frente fria causa ‘mínima invertida’ e cidades devem registrar 5ºC

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Com informações da assessoria

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