[Texto: Bruna Marques, Caderno Viver]
Especialista explica como a queda da temperatura pode proporcionar o sentimento de tristeza, em algumas pessoas
O outono terá previsão de frio intenso em alguns municípios de Mato Grosso do Sul. Nesse cenário, levantar da cama em dias gélidos parece exigir um esforço maior do que o comum e o desejo de ficar em repouso aumenta. A sensação de tristeza é recorrente quando as temperaturas abaixam e o fenômeno é denominado, por especialistas, como depressão sazonal de inverno ou TAS (Transtorno Afetivo Sazonal). A experiência é comum em países de clima temperado, mas também pode ser vivenciada em regiões tropicais, em diferentes estações.
De acordo com a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, professora Flávia Farias, os principais fatores que provocam essa situação são a ausência de luz e o distanciamento social. “Dias frios não podem ser considerados como um diagnóstico para a depressão, no entanto, a tendência é que todos fiquem mais em casa, sem ânimo ou tenham mais dificuldades para executar uma tarefa, além de terem menos contato com o sol, nesse período, o que pode ter como consequência os sintomas de pessoas deprimidas ou provocar um quadro específico do TAS”, enfatiza a psicóloga.
Com longas frentes frias e céu nublado, há aumento na produção de melatonina no organismo, hormônio que atua na indução do sono e mantém o padrão noturno de sonolência nas pessoas. A baixa luminosidade solar dificulta, também, a absorção da vitamina D, relacionada ao combate de sintomas depressivos, além de diminuir os níveis de serotonina e de dopamina no corpo, neurotransmissores responsáveis pela sensação de felicidade e capazes de regular as atividades cerebrais.
O paciente que sofre com o transtorno pode apresentar alterações de humor ou de sono (insônias ou repouso prolongado) durante o outono e o inverno, além de variações no apetite, fraqueza, irritabilidade e pouca motivação para atividades comuns da rotina doméstica ou do trabalho. Segundo a ONG Mental Health America, o quadro é mais comum em mulheres, que representam 4 a cada 5 diagnosticados, e em adultos, entre 20 e 30 anos.
Tratamento
Como explica a professora Farias, a psicoterapia com estratégias fototerápicas (exposição à luz artificial) pode amenizar os sintomas do TAS, pois suprimem a secreção de melatonina do cérebro e ajudam a aumentar a disposição dos indivíduos. A técnica pode ser aplicada durante todos os períodos do ano, em estações frias.
Adotar um estilo de vida saudável, com a prática de atividades físicas e boa alimentação regula a produção hormonal no organismo e diminui as chances de desenvolver problemas emocionais. “Ao identificar os sintomas de depressão, tanto no contexto das temperaturas baixas quanto em estações quentes, o indivíduo deve procurar um profissional de saúde, para o tratamento adequado”, orienta a docente. Acesse também: Feira Mixturô traz conceito de organização e estrutura
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