Desde 2019, Campo Grande contabiliza quase um milhão de atendimentos nos Caps

Imagem ilustrativa: Arquivo/Sesau
Imagem ilustrativa: Arquivo/Sesau

Por Camila Farias [Jornal O Estado]

Mesmo durante o período de restrições em decorrência da pandemia de COVID-19, quase um milhão de pessoas foram atendidas pelos Caps (Centros de Atenção Psicossocial) nos últimos três anos em Campo Grande. Os dados contabilizados são dos anos de 2019, 2020 e 2021, do quantitativo de atendimentos voltados às pessoas com sofrimento psíquico, transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de álcool, drogas e outras substâncias.

Na Capital existem quatro Caps III, que são destinados ao atendimento e acolhimento de pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, inclusive pelo uso de substâncias psicoativas. Além disso existe um Caps AD, para tratamento de pessoas dependentes de álcool e drogas e um específico, destinado exclusivamente para crianças e adolescentes. Além de um ambulatório de saúde mental, todos contam com equipes multiprofissionais especializadas em saúde mental. Contudo o acompanhamento com psicólogos também pode ser feito nas unidades que contam com a presença desses profissionais nas equipes do Nasf (Núcleo de Apoio à Saúde da Família).

De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o atendimento com profissional psicólogo no Nasf é feito por meio do direcionamento da equipe multiprofissional, já o acompanhamento nos Caps ou ambulatórios de saúde mental é de acordo com o sistema de regulação da prefeitura, quando o paciente passa por consulta na unidade de saúde próxima de sua casa e é encaminhado para atendimento psicológico.

O jornal O Estado conversou com uma ex-paciente do Caps Aero Rancho na Capital: Ana Luiza conta que, aos 26 anos, após ser diagnosticada com transtorno de ansiedade, precisou buscar ajuda em uma unidade de saúde e posteriormente foi encaminhada para o Caps.

“Eu sentia falta de ar e dor no peito, achei que ia morrer. Ai procurei ajuda no UPA, fui atendida e tomei medicamento, como isso sempre acontecia um dia eles me encaminharam para o Caps. No início eu não quis ir, porque não queria ser ‘louca’. No dia seguinte durante uma crise de pânico, eu pulei do carro em movimento, aí não teve jeito, precisei ficar internada lá para me tratar”, disse Ana.

Ela relembra que, ao chegar no local, foi atendida por uma psicóloga e uma psiquiatra, e em seguida começou o tratamento. “O atendimento foi excelente, eu chorava porque não queria ficar lá, mas foi necessário para eu melhorar, hoje eu vejo que ficar internada lá salvou a minha vida”, relatou.

Em 2019 foram feitos, ao todo, 360.183 atendimentos nas unidades de saúde mental da prefeitura. Esses não são necessariamente consultas com psiquiatras e psicólogos, podem ser também atendimentos com enfermeiros, terapeutas ocupacionais e outros profissionais que estão nas unidades.

No ano seguinte, com a restrição da agenda em decorrência da pandemia de COVID-19, foram 310.411 atendimentos nas sete unidades e, no ano passado, foram 323.981 consultas na rede de atenção à saúde mental.

A Sesau informou ainda que os dados de antedimentos são contabilizados no início de cada ano, sendo assim ainda não existem informações sobre o quantitativo de atendimento do ano de 2022.

Serviço

O atendimento para consulta ambulatorial pode ser feito por meio do encaminhamento partindo da UBS (Unidade Básica de Saúde) mais próxima da residência do paciente. Em caso de urgência ou emergência, o atendimento inicial é feito pelo Samu ou Corpo de Bombeiros, que o encaminhará para uma unidade do Caps.

Leia mais.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *