A demora para conseguir consultas na rede básica de saúde foi alguma das principais queixas de mulheres que aproveitaram a passagem da Carreta de Prevenção do Hospital de Amor por Campo Grande. Para muitas, o serviço itinerante representa a chance de realizar um exame preventivo de forma rápida, sem as barreiras e a burocracia enfrentadas nas unidades públicas.
A unidade móvel, instalada em frente ao Pátio – O Shopping do Centro, funciona entre os dias 13 e 15 de agosto, das 7h às 17h, oferecendo 60 exames gratuitos de mamografia por dia para mulheres de 40 a 69 anos, por ordem de chegada.
Enquanto aguardavam atendimento, pacientes relataram à reportagem que a agilidade do serviço contrasta com a morosidade da rede pública. A diarista Marta Regina Mêndola, 63 anos, disse que, apesar de já ter recebido atendimento hospitalar de qualidade, a experiência nos postos de saúde deixa a desejar.
“Nunca tem médico. Eu já fui lá no hospital, foi fácil o atendimento. O atendimento lá é excelente, você nem acredita que é aqui do Sul. Parece outro mundo. No posto, no centro, o atendimento deixa a desejar. É muita burocracia e falta acolhimento”, afirmou.
A costureira aposentada Eva Ferreira, 74 anos, contou que já perdeu a conta de quantas vezes teve consultas remarcadas. “Cansei de marcar consulta três vezes no posto, chegar lá e manda
em vir no outro dia, depois no outro e, por fim, só no mês seguinte. Aqui é rápido: você passa e já faz. É uma coisa boa, que deixa as pessoas contentes”, disse.
O objetivo da ação é ampliar o acesso a exames preventivos, reforçando a importância do diagnóstico precoce e contribuindo para a saúde da população.
Os serviços gratuitos seguem até o dia 15 de agosto, das 7h às 17h, em frente ao shopping, que fica na Rua Marechal Rondon, 1380, centro. Diariamente serão disponibilizados 60 exames gratuitos de mamografia por dia, para mulheres com idade de 40 a 69 anos.
Os atendimentos serão realizados por ordem de chegada, garantindo mais praticidade e acesso rápido ao serviço.
Direitos garantidos por lei ainda não chegam às pacientes
O Estado já revelou outros entraves enfrentados por mulheres na rede pública de saúde da Capital — situações em que leis e programas foram anunciados, mas ainda não saíram do papel. Um exemplo é a Lei nº 15.171/2025, que ampliou o direito à cirurgia plástica reparadora da mama em casos de mutilação causada por câncer, acidentes ou violência, tanto no SUS quanto na rede privada.
Em Mato Grosso do Sul, o serviço ainda é restrito e, em Campo Grande, não há previsão de ampliação. Em 2024, o SUS realizou 99 procedimentos no estado; entre janeiro e maio deste ano, foram apenas 24.
Outro caso é o da Lei nº 7.440/2025, em vigor desde julho, que garante fisioterapia gratuita na rede pública de Campo Grande para mulheres mastectomizadas, com o objetivo de prevenir sequelas físicas e emocionais. Apesar da sanção, o serviço ainda não foi implantado e não há previsão para começar.
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) foi procurada, mas não respondeu até o fechamento desta edição.
Por Suelen Morales
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