Estudo mostra que, em média, 113 pessoas por dia são internadas na rede pública para o tratamento de trombose venosa no país. A informação faz parte de um levantamento feito pela SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular), realizado a partir de dados do Datasus, do Ministério da Saúde.
O estudo mostra que das 38.989 hospitalizações em 2020, 2.152 foram eletivas e 36.837 urgentes (94,5%). No ano seguinte, do total de 38.567 internações, 94,7% foram emergenciais.
De acordo com o levantamento, nos primeiros anos da pandemia, em 2020 e 2021, foi registrada uma queda no número de internações. Entretanto, o percentual de urgência das internações nesse período é maior, visto que muitos procedimentos de saúde foram adiados para evitar a sobrecarga de hospitais ou pela falta de procura dos pacientes no período.
A negligência em relação a doenças crônicas, o afastamento dos consultórios e a agressão aos vasos sanguíneos por causa da Covid-19, também justificam a alta nas urgências em casos de trombose venosa.
A doença
A trombose venosa ocorre quando há a formação de coágulos de sangue nas paredes internas das veias, principalmente nos membros inferiores, e impede o fluxo natural do sistema cardiovascular. Ela pode ser profunda ou superficial (tromboflebite superficial). Segundo Peclat, entre 40% e 50% das tromboses venosas profundas são assintomáticas.
Os sintomas da trombose, quando há, são manchas arroxeadas ou avermelhadas nos locais afetados, sensação de desconforto, dor contínua que pode melhorar com repouso -de maneira geral, é de forte intensidade e na panturrilha-, pontada atrás do joelho, inchaço nas pernas, além de câimbras que duram dois ou três dias. “Ao menor sinal de dor na perna, uma dor diferente que você nunca teve, uma dor cansada na panturrilha, inchaço da perna ou do pé, dependendo da extensão da trombose, já procure ajuda médica”, orienta Peclat.
A trombose venosa não diagnosticada e sem tratamento pode gerar complicações. A embolia pulmonar -fatal em até 30% dos casos- é uma delas. O principal perigo é que a parcela do pulmão comprometida pela falta de oxigenação não pode ser recuperada.
De acordo com Sergio Belczak, vice-diretor de publicações da SBACV, a doença pode ser evitada com a rotina de consultas preventivas. “O paciente com histórico da doença na família, por exemplo, pode evitar a trombose venosa a partir de investigações médicas periódicas ou pelo menos diminuir os riscos de a doença avançar”, explica.
A prática de exercícios físicos, alimentação saudável e o controle do peso corporal ajudam a evitar a doença.
*Com informações da Agência Brasil
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