Quanto antes iniciado o tratamento, maior qualidade de vida pode proporcionar aos portadores do transtorno
O TEA (Transtorno do Espectro Autista), refere-se a uma condição de saúde que comprometem três áreas do desenvolvimento: interação social, comportamento e comunicação. O paciente autista encontra dificuldades de domínio da linguagem, socialização e desenvolve comportamentos restritivos e repetitivos, além de alteração a estímulos sensoriais.
Não há cura para a síndrome, mas o tratamento traz qualidade de vida para o paciente com autismo melhorando a comunicação, a socialização e reduzindo os comportamentos repetitivos. O acompanhamento é feito por uma equipe multidisciplinar composta por profissionais da saúde como médicos, fonoaudiólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e terapeutas ocupacionais.
A neuropediatra e professora do curso de Medicina da Uniderp, Dayane Danieli, explica que ainda que o autismo seja um transtorno que não tem cura, a criança pode adquirir as habilidades funcionais esperadas para a idade. “Atraso na fala, fraco contato visual, dificuldade para responder quando chamado pelo próprio nome, dificuldade com mudança de rotinas, podem ser sinais do transtorno e, quanto mais cedo forem iniciadas as intervenções, melhor será a qualidade de vida do paciente com autismo”, esclarece a especialista.
O número de casos identificados tem crescido e a causa que prevalece, segundo estudos, continua sendo a epigenética; incluindo agravantes como idade dos pais, por conta do aumento do risco de mutação genética com o envelhecimento e a predisposição de ambas as partes, sendo paterna e materna.
Como identificar os sinais?
Os sintomas variam de acordo com a criança, no entanto as características mais evidentes estão ligadas à comunicação social e à presença de comportamentos disfuncionais.
No comportamento social, destacamos a dificuldade em estabelecer um diálogo e de entender expressões e emoções, e a falta de interesse em estar e brincar com outras crianças.
Há ainda os sinais na linguagem. A criança normalmente não atende ao ser chamado pelo nome, não estabelece ou mantem contato visual e não obedece aos comandos simples do adulto como de sentar-se, levantar-se ou pegar algo.
Quanto ao comportamento motor e sensorial, é possível notar que a crianças anda na ponta dos pés, faz movimentos apontando exaltação com as mãos, pula e grita com frequência.
A médica ressalta que, em alguns casos, o portador do transtorno faz uma seleção alimentar distinguindo por cores o que aceita ingerir, ou apresenta dificuldade em aceitar determinadas texturas e cheiros.
Saber como identificar o diagnóstico é uma das mais frequentes dúvidas das mamães e papais. A médica menciona que não há exames laboratoriais (como de sangue ou de imagem) que confirmem o autismo. A avaliação é exclusivamente por métodos de observação, acompanhamento e testes padronizados realizados por um corpo de especialistas, que inclui fonoaudiólogos, psicólogos neuropsicólogos e terapeutas ocupacionais.
Além de consultórios particulares e clínicas especializadas, em todo o Brasil o atendimento a portadores de autismo pode ser realizado nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que são centros de atendimento de saúde mental da rede pública; tanto para diagnóstico, como para tratamento.
A neuropediatra finaliza destacando que, por se tratar de um período muitas vezes delicado para a família, o apoio emocional aos pais é fundamental e que a ajuda de um médico não deve ser negligenciada.
Com informações da assessoria