Senador diz que vai modelar o partido, visando eleições de 2024
O senador Nelsinho Trad, presidente do diretório regional do PSD, evitou traçar planos políticos para futuras eleições federais de 2026 e afirmou, ao jornal O Estado, que o momento é de desenvolver o partido para 2024.
Ele tenta conter a crise na legenda. Nos bastidores, parte dos afiliados está insatisfeita e pensa em mudar de partido para disputar eleição, no ano que vem. Somado a isso, rumores de que Nelsinho também pensa em migrar para o Progressistas e disputar o cargo de deputado federal são a cereja do bolo.
Ao jornal O Estado, o senador disse que vai modelar o PSD para as eleições de 2024 e não esboçou possibilidade de mudar de partido, por enquanto. “Vamos ouvir mais nossos representantes [e estudar] como vamos nos desenvolver, a partir desse momento”, afirmou o senador, que não confirma interesse na Câmara Federal e pontua estar focado em seu mandato.
“Não devemos ficar obstinados em projetos futuros, tão distantes. Nosso foco total é a dedicação ao mandato que nos foi delegado pela população. As consequências dessas atitudes, frente à produção do mandato, certamente aparecerão.”
A crise no PSD foi tema de conversa do vereador Coringa, durante entrevista à rádio “Nova 106 FM”, na semana passada. O parlamentar reclamou que Nelsinho não está ouvindo a base e que um dos exemplos foi a indicação de Marquinhos Trad para comandar o diretório de Campo Grande, sem consultar a bancada de vereadores e demais correligionários.
“Estamos preocupados porque estamos sem um presidente municipal, em Campo Grande. O Nelsinho indicou o ex-prefeito Marquinhos Trad e não ouviu a base. A gente quer ser ouvido. A gente concorda que o Marquinhos seja presidente pela experiência, mas queremos ser ouvidos”, disse ele, durante a entrevista.
Questionado se Marquinhos vai ficar no comando do diretório municipal da Capital, o senador Nelsinho diz que vai dialogar. “Vamos conversar com lideranças/parlamentares de cada município, para definir as executivas municipais.”
O presidente do PSD também destacou que é preciso admitir a necessidade de o partido “restabelecer uma nova conectividade com os representantes legítimos (vereadores, prefeitos e vice-prefeitos) e isso será rearticulado”.
O PSD encolheu desde as últimas eleições e de partido em franco crescimento passou a sigla enfraquecida. Para se ter uma ideia, nas eleições de 2020, Marquinhos Trad foi eleito em primeiro turno e o PSD elegeu a maior bancada da Câmara de Campo Grande, com seis vereadores. Na Assembleia Legislativa, o partido passou a contar com dois representantes e um deputado federal. Porém, tudo mudou em 2022, após Marquinhos renunciar à prefeitura e perder a eleição. O PSD só conseguiu eleger o deputado Pedrossian Neto para Assembleia e não teve bom desempenho, no MS.
Para 2024, o PSD terá de implementar mudanças e novas estratégias. Senão, corre o risco de cair no esquecimento e encolher ainda mais, em MS.
Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul
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