Servidores públicos municipais pediram apoio dos vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande para negociar com a Prefeitura da Capital o reajuste salarial e regularização funcional dos efetivos. O coordenador executivo provisório do Fórum Municipal de Representantes dos Servidores (Fossa), David Chadid Warpechowski, falou na Tribuna, a convite da Mesa Diretora da Casa, sobre essas demandas. O Fórum propõe 9% de reposição, tendo como base o percentual concedido aos servidores federais.
O dissídio salarial deveria ter ocorrido no mês de maio, data-base para que seja concedida ao menos a reposição da inflação para que os salários dos servidores não fiquem defasados. “Temos o dissídio municipal todo mês de maio, para essa atualização dos valores salariais dos servidores. Mas, zero não pode ficar”, afirmou Chadid.
Ele recordou que mesmo em situações como o bloqueio de reajuste que aconteceu por meio de lei federal durante a pandemia de Covid-19, os servidores foram recebidos pela para negociar algum adicional ou melhoria na carreira para compensar a perda inflacionária. Porém, neste ano a negociação ainda não ocorreu.
“O período do dissídio venceu e a prefeitura está em débito com os servidores”, reiterou. Além da questão salarial, há a reivindicação para regularização funcional, como o pagamento de quinquênio, que acumula atrasos desde 2015. Chadid alertou que os valores seguem acumulando, mas são pagáveis e cobrou que a prefeitura faça um planejamento para, ao menos, começar a pagar esses atrasados.
“Vamos começar pelos mais antigos, regularizar a vida funcional do servidor para, por exemplo, num período de três anos conseguir esse pagamento. Hoje, há o risco de ter colapso porque a prefeitura está preterindo concursados, com excesso de comissionados, e deixando essa bola de neve do dissídio aumentar”, afirmou o representante da Federação.
Chadid reforçou a necessidade de controle de quantitativo de comissionados e contratados, lembrando que há hoje um recorde histórico de comissionados na prefeitura. O Fórum é composto por 11 entidades, entre sindicatos e associações, contemplando 41 categorias de servidores públicos. Profissionais como odontologistas, médicos, arquitetos, fiscais, veterinários, enfermeiros e técnicos de enfermagem, guardas municipais, administrativos da saúde integram o grupo.
Chadid fez um agradecimento à Câmara e pediu que os vereadores participem dessas negociações. “Os vereadores sempre votaram a favor dos servidores, sempre abriram a porta para termos voz e o Executivo poderia se espelhar nessa Casa”, disse. Agora, o Fórum aguarda uma reunião com o secretário municipal de Governo, Prof. João Rocha.
O vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão, presidente da Câmara Municipal, recordou que a Casa de Leis criou comissão para acompanhar de perto a situação dos servidores que ganham menos de um salário mínimo e cobrar o aumento para esses profissionais. Ele defendeu também o diálogo para resolver a questão e destacou a importância de valorizar os concursados. “Aqui na Câmara fizemos um plano de cargos e carreiras para os concursados e também valorizamos os comissionados, porque colocamos nos gabinetes. Vocês têm apoio de todos os vereadores para discutir”, afirmou o presidente. Ele disse que vai pedir para o secretário João Rocha e a prefeita Adriane Lopes receberem os servidores. “Só recebendo as pessoas, conversando com os sindicatos, vamos resolver as questões”, afirmou Carlão.
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