Senadora Soraya aguarda leitura do requerimento da CPI dos atos

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Governo Lula impõe sigilo nas imagens do Palácio sobre vandalismo

A senadora Soraya Thronicke (União) aguarda leitura do requerimento que pede abertura da CPI dos atos antidemocráticos em plenário para dar andamento ao pedido. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), informou a ela que o documento pode ser lido na próxima semana.

Até o momento, 37 senadores assinaram o pedido de investigação, menos a colega de bancada Tereza Cristina (PP-MS). O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) assinou o documento. Em mais um revés do governo federal, houve imposição de sigilo sobre a íntegra das imagens dos atos de vandalismo registradas pelo sistema de câmeras do Palácio do Planalto, alegando riscos para a segurança das instalações presidenciais.

Thronicke informou, via assessoria de comunicação, que a expectativa é positiva já que são necessárias 27 assinaturas e o requerimento já possui dez a mais. As novidades não são muitas, e a parlamentar aguarda apenas a leitura pelo presidente. Nenhum dos senadores que já haviam assinado retirou o aval.

O jornal O Estado questionou a senadora Tereza Cristina, mas até o fechamento do texto não houve retorno. É provável que Tereza Cristina não assine, já que é bolsonarista, e de certa forma não ajudaria a prejudicar o movimento de extrema-direita que protagonizou os ataques aos três Poderes em Brasília, dia 8 de janeiro. Apesar disso, a senadora declarou à época que era favorável à democracia e condenou a depredação ocorrida. 

A CPI também terá longos desafios caso seja emplacada no Senado, já que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é contra e diz que os órgãos responsáveis já atuaram e atuam em cima dos crimes. A senadora destaca que não irá esmorecer diante da falta de apoio do governo na instauração da CPI. Sobre a postura no Senado, ela diz que será independente. “Vou manter a minha postura Thaísa Oliveira e João Gabriel Folhapress O senador e ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN) foi escolhido líder da oposição no Senado. O nome de Marinho contou com o aval não só do PL, mas também do PP e do Republicanos, partidos que deram sustentação ao governo de Jair Bolsonaro (PL) no Congresso. Ex-ministro do Desenvolvimento Regional de Bolsonaro, Marinho recebeu 32 votos na eleição para presidente do Senado, na quarta-feira (1º), e perdeu o cargo para Rodrigo Pacheco (PSD-MG) – que conseguiu 49 votos e foi reeleito. O nome de Marinho como líder da oposição foi definido na segunda-feira (6). A vaga também era cobiçada pelo senador Carlos Portinho (PLRJ), líder do Governo Bolsonaro no Senado. Com o anúncio de Marinho, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai enfrentar uma trinca de ex-ministros de Bolsonaro no Senado. Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministra da Agricultura, será líder do PP. Já Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro da Casa Civil, será líder da minoria parlamentar. A minoria reúne o partido ou o conjunto de partidos que se opõe à chamada maioria parlamentar, partido ou bloco partidário daqueles que estão em maioria. O filho mais velho de Bolsonaro, Flávio Bolsonaro (PLRJ), vai continuar na liderança do PL. O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) será líder do Republicanos – sigla do ex-vice-presidente Hamilton Mourão (RS) e da ex-ministra Damares Alves (DF). PL, Progressistas e Republicanos formaram um bloco parlamentar denominado Vanguarda. Juntos, os três partidos reúnem 22 senadores – dos quais sete integraram o Governo Bolsonaro. Já as legendas na base do atual governo se dividiram em dois blocos. PT, PSD e PSB formaram o bloco Resistência Democrática. Com 28 integrantes, o bloco será o segundo maior da casa. Já o MDB e a União Brasil, que emplacaram ministros na Esplanada, se juntaram a Podemos, PDT, PSDB e Rede e formaram o maior bloco partidário, com 31 membros. 

O líder da maioria será um dos senadores do grupo, batizado de Democracia. A formação dos dois blocos foi motivo de embates públicos na base de Lula. Na sexta (3), Renan Calheiros (MDB- -AL) reclamou que PT, PSD e PSB furaram um acordo para formar um único bloco governista e resolveram se juntar sem o MDB e a União Brasil. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), recém-filiada ao PSD, respondeu prontamente e acusou o próprio MDB de Calheiros a descumprir o acordo e pedir ajuda a Sergio Moro (União-PR) para atrair o Podemos e o PSDB – que abrigam senadores bolsonaristas. As tratativas iniciais na base do governo envolviam apenas sete partidos: PT, PSD, PSB, MDB, União Brasil, PDT e Rede. Rachados, Podemos e PSDB não se posicionaram na disputa entre Pacheco e Marinho, mas entregaram votos ao ex-ministro de Bolsonaro. 

O tamanho dos blocos partidários é decisivo na composição das 14 comissões permanentes da casa e na escolha do presidente. Tradicionalmente, a definição do presidente segue a proporcionalidade independente, como sempre fiz, votando nas matérias sempre pensando no que é melhor para a população brasileira, especialmente de Mato Grosso do Sul, e fazendo uma oposição programática em matérias que não são benéficas ao país. Além disso, umas das minhas funções como senadora da República é fiscalizar os atos do Poder Executivo, e continuarei fazendo isso, acompanhando e cobrando. Não abandono jamais os meus princípios e as minhas bandeiras, principalmente do combate à corrupção.”

A equipe da senadora enviou a lista dos senadores que aprovam a ideia da CPI: Soraya Thronicke (União-MS), Giordano (MDB-SP), Eliziane Gama (PSD-MA), Davi Alcolumbre (União-AP), Paulo Paim (PT-RS), Alessandro Vieira (PSDB-SE), Humberto Costa (PT-PE), Marcos do Val (Podemos-ES), Leila Barros (PDT-DF), Fabiano Contarato (PT-ES), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Flávio Arns (Podemos-PR), Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), Margareth Buzetti (PSD-MT), Weverton (PDT-MA), Jorge Kajuru (Podemos-GO), Mara Gabrilli (PSD-SP), Jaques Wagner (PT-BA), Angelo Coronel (PSD-BA), Styvenson Valentim (Podemos-RN), Rogério Carvalho (PT-SE), Irajá (PSD- -TO), Otto Alencar (PSD-BA), Eduardo Braga (MDB-AM), Omar Aziz (PSD-AM), Veneziano Vital do Rêgo (MDB- -PB), Zenaide Maia (PSD-RN), Marcelo Castro (MDB-PI), Nelsinho Trad (PSD-MS), Izalci Lucas (PSDB-DF), Sérgio Petecão (PSD-AC), Renan Calheiros (MDB-AL), Cid Gomes (PDT-CE), Daniella Ribeiro (PSD-PB), Esperidião Amin (PP-SC), Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Wellington Fagundes (PL-MT).

Sigilo Conforme a Folhapress, o governo do presidente Lula impôs sigilo sobre a íntegra das imagens dos atos de vandalismo registradas pelo sistema de câmeras do Palácio do Planalto, alegando riscos para a segurança das instalações presidenciais. No entanto, divulgou oficialmente trechos editados dessas imagens que não permitem analisar a atuação e eventual omissão das forças de segurança no dia 8 de janeiro dentro do palácio, além de priorizar passagens que ligam a imagem dos ataques mais fortemente ao ex- -presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ainda segundo publicação, o Governo Lula também chegou a impor sigilo na lista de convidados para a recepção no Itamaraty após a posse do petista, no dia 1º de janeiro. A medida, no entanto, gerou desgaste, e a lista, com mais de 3.500 nomes, foi posteriormente divulgada.

O argumento original para a imposição do sigilo era de que o evento tinha “caráter reservado” e que a divulgação poderia “prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais” do país. A principal razão para o desgaste é que Lula criticou em diferentes ocasiões o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela decretação de sigilo em informações do governo federal.

A reportagem da Folha pediu via Lei de Acesso à Informação a íntegra das imagens registradas pelas câmeras de segurança internas e externas do sistema do Palácio do Planalto referentes ao domingo em que manifestantes golpistas vandalizaram os prédios dos três Poderes. Ao negar acesso à íntegra das imagens, o GSI (Gabinete de Segurança Institucional), comandado pelo general Gonçalves Dias, afirma não ser “razoável” divulgar informações que exponham métodos, equipamentos, procedimentos operacionais e recursos humanos da segurança presidencial. “Dessa forma, presente pedido de informação não pode ser atendido, haja vista que as imagens do sistema de vídeo monitoramento do Palácio do Planalto são de acesso restrito, considerando que sua divulgação indiscriminada traz prejuízos e vulnerabilidades para a atividade de segurança das instalações presidenciais.” 

 

Por Rayani Santa Cruz– Jornal O Estado do MS

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