Rodolfo solicita inclusão de crimes no relatório final da CPI do MST

Myke Sena / Câmara dos Deputados
Myke Sena / Câmara dos Deputados

Ruralistas negociam ampliar prazo da Comissão com Arthur Lira

O deputado federal Rodolfo Nogueira (PL) participou ativamente das oitivas da CPI do MST (Comissão Parlamentar de Inquérito do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem- -Terra), na Câmara Federal. Durante o interrogatório do líder do movimento de invasões de terras, João Pedro Stédile, na última terça-feira (15), Nogueira fez diversos questionamentos e revelou, ao jornal O Estado, que solicitou ao relator da CPI, deputado Ricardo Salles (PL-SP), a inclusão de novos elementos que indicam crimes no relatório final.

Questionada via assessoria sobre o que pensa do relatório final e para fazer um balanço da CPI, a deputada Camila Jara (PT), que fez participações durante as reuniões e oitivas, inclusive oferecendo suco e arroz produzidos por assentados do MST, não respondeu. Ela faz parte da base governista e defende o movimento social e também não atendeu as ligações.

A CPI do MST foi instalada em maio, com o objetivo de investigar as invasões de terras realizadas pelo movimento. Presidida pelo deputado Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), a comissão tem um prazo inicial de 120 dias para concluir seus trabalhos, podendo ser prorrogado por mais 60 dias, mediante requerimento assinado por 1/3 dos deputados. No entanto, o deputado Salles anunciou, na semana passada, que não buscará a prorrogação dos trabalhos, com o prazo de funcionamento da CPI se encerrando em 14 de setembro.

Questionado pelo jornal O Estado, sobre como ficará o relatório final e se pedirá a prisão de alguém, Rodolfo Nogueira revelou que solicitou ao relator a inclusão de crimes específicos no relatório final da CPI. “Haverá relatório. Ele deve sair em breve, tendo em vista que o presidente e o relator já anunciaram que não irão pedir a prorrogação. Durante a oitiva do Stédile, pedi que Salles inserisse os crimes de extorsão, associação criminosa e constituição de milícia. Espero que meus pedidos sejam atendidos. Aguardo com muita expectativa a redação final do relatório”, destacou o deputado, enfatizando sua expectativa de que seus pedidos sejam considerados e incorporados à redação final do relatório. 

Ao ser questionado sobre os possíveis desdobramentos a partir do relatório final e se o seu grupo político sai vitorioso das oitivas, ele expressou otimismo e diz que todos os depoimentos coletados foram extremamente positivos para o seu grupo político, de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Os depoimentos foram extremamente positivos. Dentre eles, a oitiva do João Pedro Stédile, pois podem ser constatados crimes tipificados no Código Penal, nas falas do líder do MST, durante o depoimento e antes, em entrevistas. Vale ressaltar os depoimentos de ex-integrantes do movimento que nos ajudaram a descobrir a realidade sub-humana em que vivem os integrantes do MST nas invasões.”

Nogueira destacou que seu intuito é buscar o indiciamento daqueles que possam ter cometido crimes relacionados às invasões de terras. “A oposição segue firme e sólida. Na CPI, buscarei que, aqueles que cometeram crimes, sejam indiciados, tal como solicitei ao relator durante a oitiva do Stédile. Recentemente, vimos o governo articular para destruir e desmantelar a comissão. O Executivo atuou firmemente, junto a partidos e lideranças para retirar os parlamentares comprometidos com a verdade do colegiado. Isso evidencia as consequências de mexer com o crime organizado: o governo entra em ação para defender os criminosos”

Dessa forma, a CPI do MST segue rumo à conclusão de seus trabalhos, com o deputado Rodolfo Nogueira enfatizando a relevância do relatório final.

 

Negociações do centrão

Pela manhã, Lupion e o presidente da comissão, Coronel Zucco (Republicanos-RS), foram recebidos na residência oficial de Arthur Lira (PP-AL), para pedir a prorrogação dos trabalhos do colegiado e a volta dos deputados de partidos de centro que deixaram seus postos na CPI.  

Segundo relatos, Lira teria prometido a Zucco conversar com os líderes do PP, do Republicanos e do União – partidos que trocaram integrantes do agronegócio por nomes aliados ao Palácio do Planalto. (Com UOL e O Globo). 

 

Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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