O Partido dos Trabalhadores (PT) promoveu nesse domingo (6) uma eleição interna para definir os novos dirigentes da sigla nos níveis municipal, estadual e nacional, incluindo o futuro presidente nacional do partido. A votação, que ocorreu em todo o Brasil e também no exterior, mobilizou quase 3 milhões de filiados, com urnas distribuídas nos diretórios e sedes regionais.
No Rio de Janeiro, onde participa da Cúpula do Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva votou logo nas primeiras horas do dia. “Logo cedo, quem já foi votar no PED 2025 foi ele: o presidente Lula!”, publicou o perfil oficial do PT nas redes sociais, em referência ao Processo de Eleições Diretas (PED), mecanismo utilizado para definir as lideranças partidárias.
A eleição nacional teve quatro candidatos à presidência do PT:
Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP), apoiado por Lula e representante da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB);
Romênio Pereira, atual secretário de Relações Internacionais da sigla, ligado ao Movimento PT;
Rui Falcão, deputado federal e ex-presidente nacional do partido, integrante da corrente Novo Rumo;
Valter Pomar, ex-vice-presidente nacional, representante da Articulação de Esquerda.
A votação seguiu até as 17h, no horário local de cada município, com exceção de Minas Gerais, onde o PT adiou as eleições internas devido à “impossibilidade logística” de incluir a deputada Dandara nas cédulas já distribuídas, tornando a disputa pela presidência estadual foi judicializada. Como o estado não realizou votações em nenhum nível (municipal, estadual e nacional), a apuração nacional ficou comprometida e sem prazo definido. O presidente interino do partido, Humberto Costa, criticou a judicialização do caso por Dandara e defendeu a autonomia partidária. A nova data da eleição em MG ainda será marcada. Para discutir o impasse e outras ações judiciais internas, o Diretório Nacional convocou uma reunião extraordinária para o dia 8 de julho.
Resultado no Mato Grosso do Sul
Em Mato Grosso do Sul, a eleição também mobilizou a militância, com destaque para o resultado em Campo Grande. Os deputados Vander Loubet (federal) e Pedro Kemp (estadual) foram eleitos, respectivamente, para os cargos de presidente estadual e municipal do partido. Ambos concorreram em chapas alinhadas e conquistaram vitória com ampla vantagem.
Segundo os números divulgados, Kemp teve 75,5% dos votos, contra 24,5% de Elaine Becker, sua adversária em Campo Grande. Na disputa estadual, Loubet recebeu 82,47%, enquanto Humberto Amaducci, de Mundo Novo, obteve 17,53%. Na Capital, 949 filiados participaram da votação, realizada com cédulas de papel na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT). A apuração do interior será finalizada nos próximos dias.

Vander Loubet e Pedro Kemp celebraram a vitória – Foto: reprodução/redes sociais
Durante comemoração do resultado, Kemp publicou um vídeo agradecendo a confiança dos filiados. “Eu quero agradecer como presidente eleito do partido aqui em Campo Grande e dizer para vocês que podem contar com o meu compromisso, minha dedicação. São 40 anos de militância no PT, e sigo emprestando minha energia para fortalecer esse partido e ajudar Lula a vencer a extrema direita nas eleições do ano que vem”, disse.
Loubet, por sua vez, ressaltou a importância de fortalecer o debate político no Congresso Nacional, onde o governo federal enfrenta forte pressão de setores do Centrão. Ele também destacou que o apoio ao governo de Eduardo Riedel (PSDB), no Estado, ainda será discutido internamente.
No Mato Grosso do Sul, o candidato Edinho Silva, apoiado por Lula, também foi o mais votado para presidir o diretório nacional do PT.
Com os novos dirigentes definidos, o PT se prepara para intensificar a organização da legenda de olho nas eleições municipais de 2026 e na reeleição de Lula. A prioridade, segundo os eleitos, será reforçar a comunicação interna, atualizar a lista de filiados e fortalecer as bases do partido junto à população mais vulnerável.
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