Prestes a completar um mês acampados, manifestantes organizam paralisação

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Imagem: Reprodução/Júnior Amorim/DigitaleventosMS

Mobilização pretende concentrar participantes de outros municípios em frente do CMO, na Capital

Acampados em frente do CMO (Comando Militar do Oeste) desde o dia 31 de outubro, após o resultado das eleições que declararam Luiz Inácio Lula da Silva (PT) presidente do Brasil pelos próximos quatro anos, os manifestantes que protestam contra o resultado das urnas e afirmam que o plebiscito foi fraudado estão planejando uma paralisação geral, caso as reivindicações não sejam cumpridas.

Eles pedem para que, até quarta-feira (30), as eleições sejam anuladas, que seja feita a dissolução do STF (Supremo Tribunal Federal), novas eleições em urnas auditáveis, fim da censura ditatorial e que Lula seja inelegível. Segundo um manifestante que não se identificou, a ordem é parar o Brasil, realizando ações em vários pontos do país, não somente nas rodovias.

Conforme outro protestante que procurou o jornal O Estado para esclarecer acerca da paralisação, todos os municípios estão sendo convocados para virem até a Capital, se concentrarem em frente do CMO. A paralisação deve durar do dia 30 de novembro até o dia 10 de dezembro e, de acordo com o apoiador, pode atingir alguns serviços essenciais como o abastecimento dos postos de gasolina, tendo em vista que os caminhoneiros afirmaram que vão aderir ao ato.

“Nós não queremos prejudicar em nada o país, mas infelizmente não depende da gente porque nós já estamos ali há 29 dias e estamos cobrando os nossos direitos. Já pedimos posicionamento desde o vereador até o presidente e ninguém nos atendeu, então nós vamos fazer o possível para parar o Brasil”, afirmou o manifestante.

Ainda de acordo com ele, no último domingo (27), a Avenida Duque de Caxias ficou lotada por cerca de 35 mil pessoas e a expectativa para os dias de paralisação é de mais de 150 mil, sendo que aproximadamente 800 pessoas estão dormindo no local há quase um mês em busca dos seus direitos.

Consequências já refletem no comércio

De acordo com Sebastião da Conceição, executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Campo Grande (Sindivarejo CG), o órgão já está ciente das notícias de que haverá uma paralisação geral a partir do dia 1º de dezembro, até que uma solução definitiva seja apresentada por parte do governo federal, e na opinião dele, caso a paralisação se concretize, será prejudicial aos empresários.

Conforme o executivo, o que preocupa neste momento é o desabastecimento no comércio em pleno fim de ano, período no qual muitos comerciantes tiveram contratações extras, o que resultou em novos gastos. “Temos visto uma grande aflição por parte dos empresários em razão de tudo que está acontecendo e isso tem gerado incertezas nos negócios”, afirmou.

O presidente da Amas (Associação Sul Mato-Grossense de Supermercados), Denyson Prado, disse que ainda não tem conhecimento sobre a nova paralisação.

“Não tenho conhecimento sobre essa nova paralisação. Porém, se realmente acontecer, tem impacto primeiramente em produtos da Ceasa. Caso persista a paralisação, pode haver falta em alguns outros produtos, mas, como falei, não temos nenhuma informação concreta sobre isso. O setor não é favorável a paralisações e bloqueios de caminhoneiros, ainda mais em um período de fim de ano, quando as vendas tendem a ser melhores.”

Já segundo o presidente da CDL-CG (Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande), Adelaido Vila, os impactos já estão acontecendo, tendo em vista que as lojas estão em Black Friday e, de acordo com ele, venderam bem menos do que o esperado para o período. “Temos uma quantidade muito grande de fake news e tudo isso tem acarretado em uma lamentável desaceleração da nossa economia, justamente em um momento em que Campo Grande vive um avanço econômico”, afirmou.

Ainda conforme o representante do órgão, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Campo Grande tem gerado muito mais emprego do que a média nacional, o que equivale a um desempregado perante a média de 11 a 12, resultando no dobro do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil.

“Então, independente de paralisação ou não de caminhoneiros, já estamos vivendo esse processo de uma maneira muito intensa e tem nos preocupado, porque era um momento de termos força máxima na retomada econômica, após dois anos de pandemia”, finalizou Adelaido.

Por Camila Farias e Tamires Santana – Jornal O Estado de MS.

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