Presidente da Câmara diz que Brasil “caminha para a ingovernabilidade” e cobra corte de gastos do governo

Foto: divulgação/Câmara dos Deputados
Foto: divulgação/Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez duras críticas à política fiscal do governo federal durante participação na 2ª edição do Brasília Summit, realizada nesta quarta-feira (11), na capital federal. Para o deputado, o Brasil está à beira da ingovernabilidade e o Executivo precisa “fazer o dever de casa” com urgência.

“Já passou da hora de discutir as despesas obrigatórias que levam o nosso país para um estágio de ingovernabilidade, independentemente de quem venha a ser o presidente da República. Não é uma discussão de esquerda ou direita”, declarou Motta.

O evento, que reúne lideranças políticas, empresários e especialistas para discutir os rumos do desenvolvimento econômico e sustentável do país, foi palco para o presidente da Câmara reforçar seu posicionamento crítico diante das recentes medidas econômicas anunciadas pelo governo Lula.

Pressão contra aumento de impostos

Ao comentar sobre propostas que incluem a tributação de investimentos como LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), Motta afirmou que a reação no Congresso será negativa. Segundo ele, a equipe econômica erra ao priorizar o aumento de receitas sem promover cortes de gastos públicos.

“Comuniquei ao governo que as medidas pré-anunciadas devem ter reação muito ruim, não só dentro do Congresso. Esses títulos têm sido a grande fonte de financiamento no cenário de juros elevadíssimos. Apresentar aumento de impostos sem o governo cortar despesas não será bem recebido”, criticou.

O parlamentar disse estar alinhado com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e ressaltou que o Congresso Nacional tem funcionado como âncora de responsabilidade fiscal no país, em contraponto à condução do Executivo.

Independência da Câmara

Durante o discurso, Hugo Motta também se distanciou de eventuais pressões políticas do Palácio do Planalto ou de outros grupos de interesse, afirmando que não está à frente da Câmara para servir a projetos políticos de terceiros.

“A Câmara não será instrumento de projeto político de ninguém. Estou aqui para liderar uma agenda que priorize o país”, afirmou.

O presidente da Câmara ainda defendeu a retomada da reforma administrativa, com o objetivo de enxugar a máquina pública e modernizar o Estado. Ele adiantou que pretende apresentar uma nova proposta já no início de julho.

“Vamos apresentar propostas aos líderes para ver o que é viável ser aprovado. Precisamos colocar em debate um novo modelo de Estado, mais eficiente e menos custoso para os brasileiros”, concluiu.

As declarações de Hugo Motta intensificam o clima de tensão entre Legislativo e Executivo, especialmente em meio à tentativa do governo de equilibrar as contas públicas diante de sucessivos déficits e metas fiscais apertadas. A possível resistência do Congresso a novas medidas provisórias pode dificultar ainda mais os planos da equipe econômica para 2025.

 

Com informações do SBT News

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