Por capital político, Bolsonaro acena à base ao bancar retorno ao Brasil

Foto: Divulgação/Redes Sociais
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Ex-presidente e seu entorno político entendem que não existe a direita sem seu envolvimento

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encerrou seu período de silêncio após a derrota nas eleições e retomou sua agenda política nos Estados Unidos. Desde 1º de fevereiro, participou de três eventos e concedeu três entrevistas em sua estada em Orlando, na Flórida, onde inclusive sinalizou que voltará ao Brasil em março para liderar a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Antes de retornar ao Brasil, existe a expectativa de que Bolsonaro participe da Conferência Anual de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), que será realizada em Washington, capital dos Estados Unidos, em março. O convite ao ex-presidente foi feito na quinta-feira (16). O evento também contará com a presença do ex-presidente norte-americano Donald Trump.

A retomada da atividade política e de sua comunicação pessoal com o eleitor é uma resposta que Bolsonaro dá à sua base eleitoral mais “raiz” e também ao meio político. O ex-presidente tem conhecimento do interesse de uma parcela de dirigentes e lideranças de partidos da direita e centro-direita – inclusive no próprio PL – de isolá-lo do processo de reorganização do movimento conservador.

O objetivo é manter a militância engajada e, consequentemente, seu capital político, e marcar posição no cenário político brasileiro. Sobretudo em meio ao movimento conduzido por PP e União Brasil de se unir em uma federação partidária. Bolsonaro e seu entorno político e familiar entendem que não existe a direita sem seu envolvimento, mas acharam prudente voltar a se posicionar e a dialogar com o povo para demonstrar força.

Nada de concreto

A despeito das sinalizações e falas do próprio Bolsonaro de que retorna em março ao Brasil, seu regresso ainda é uma incógnita. Ex-ministros do ex-presidente e interlocutores da família não cravam sua volta. Três fontes com proximidade de Bolsonaro e de sua família ouvidas em condição sigilosa entendem que a fala é mais uma sinalização do que algo concreto.

Aliado de Bolsonaro, o deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES) conversou com o ex-presidente de seu gabinete na quarta-feira (15) e nega que o prazo seja um blefe. “Março é o radar, ele está pronto a qualquer momento, está preparando as coisas, mas vai levar até pelo menos o carnaval [para retornar]. Está conversando com algumas pessoas, traçando estratégias e organizando a volta”, afirma.

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