Plano de Biden para controlar preço da carne afeta empresas brasileiras

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Foto: Reprodução/Instagram

Assim como no Brasil, a alta dos preços nos Estados Unidos pressiona o banco central de lá a elevar a taxa básica de juros do país. Para combatê-la, o presidente americano, Joe Biden, anunciou um programa do governo na segunda-feira (3) que visa conter a disparada de preços e aumentar a competitividade do setor de carnes.

Entre as medidas anunciadas pelo presidente, está um portal de internet no qual os produtores podem denunciar práticas abusivas de comércio, e uma ajuda federal no valor de 1 bilhão de dólares para incentivar produtores independentes que estariam sendo prejudicados pelas chamadas práticas anticompetitivas das grandes empresas de comercialização destes alimentos.

“Capitalismo sem competição não é capitalismo, é exploração”, disse o presidente americano na segunda-feira, 3, em relação às carnes e aves, e afirmou ainda que vai “lutar por preços mais justos” tanto para consumidores quanto para fazendeiros. Após participar de uma reunião virtual com produtores, com o secretário de Agricultura e com o procurador-geral, lançou uma campanha para combater o que chamou de práticas anticompetitivas.

Em entrevista a VEJA, José Augusto de Castro, presidente executivo da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), criticou a iniciativa e afirmou que ela certamente afetará o Brasil e a Austrália, que ao lado dos Estados Unidos ocupam os postos de maiores exportadores de carne do mundo.

“Quem cria concorrência justa é o mercado, toda vez que se cria artifícios a tendência é ter reflexos negativos em outros pontos não previstos. Não dá para criar uma concorrência só nos Estados Unidos e não afetar o Brasil e a Austrália”, disse ele.

A iniciativa de Biden derrubou os preços das ações da JBS em mais de 5% neste início de ano, saindo do patamar de 13,70 dólares na bolsa de Nova York no último dia 31 para 12,90 na terça-feira, 3, enquanto a Marfrig caiu 6,4%. Já a Tyson Foods, por sua vez, maior empresa de vendas de carnes dos EUA, cresceu 0,74% no período.

“É incomum um país com extrema liberdade de mercado como os Estados Unidos criar artifícios. No fundo ele não quer regular. Ele quer reduzir preços, mas isso é o mercado que faz. É natural que o preço suba quando há aumento de demanda”, analisa Castro.

O CPI (Consumer Price Index, na sigla em inglês), índice que mede a inflação nos Estados Unidos, acumulou em novembro alta de 6,4% para alimentos consumidos em casa, o maior desde 2008. O índice para carnes, aves, peixe e ovos cresceu 12,8%, enquanto a carne disparou 20,9% no período.

(Com informações da VEJA)

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