Parlamentares criticam “entrega” para deputados federais
Após o anúncio da futura passagem de comando do PSDB, com a saída das lideranças, governador Eduardo Riedel que já oficializou com o PP e o ex-governador Reinaldo Azambuja que deve assinar com o PL em setembro, os deputados estaduais cobraram maior diálogo da direção nacional e questionaram os rumos da legenda após a saída de figuras centrais, como o governador Eduardo Riedel e o ex-governador Reinaldo Azambuja.
Crítico à postura da direção nacional, Pedro Caravina reclamou da falta de respeito com a base estadual. “O que não estava dentro da previsibilidade foi a direção nacional vir a Campo Grande, não falar com nenhum deputado e ficarmos sabendo pela imprensa. Isso é falta de consideração. Temos seis deputados estaduais, 300 vereadores, uma base robusta. Não existe comando de três, é preciso decidir quem vai assumir a frente. Vamos solicitar uma reunião com a direção estadual, ainda sob o comando do Reinaldo”, cobrou.
Na mesma linha, Zé Teixeira (PSDB) alertou que sem recursos e definições claras o partido pode perder relevância. “Até março ou abril muita coisa vai acontecer. Não faz sentido permanecer em um partido em extinção, sem fundo partidário. Aqui nunca recebemos um centavo. A bancada federal é quem comanda os recursos. Eu não consigo fazer legenda sozinho”, criticou.
O primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), defendeu que os deputados federais têm legitimidade para conduzir a sigla, e ressaltou o peso da história construída pelo partido. “Os três deputados federais interpretam que o PSDB tem um patrimônio político, construído pelo Reinaldo, pelo Riedel, pelos prefeitos, vereadores e lideranças do Estado. Eles não queriam que, com a saída de ambos, isso acabasse. O PSDB ainda tem um acervo muito grande de pessoas dedicadas e respeitadas, e eles têm condição de tocar para frente”, afirmou.
O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, esteve em Campo Grande e confirmou que os deputados federais Beto Pereira, Dagoberto Nogueira e Geraldo Resende passarão a conduzir a legenda em Mato Grosso do Sul até a escolha do próximo presidente estadual.
Perillo reforçou que a sigla seguirá com estrutura e recursos. “Mato Grosso do Sul tem uma das estruturas mais sólidas do PSDB no país, com cerca de 300 vereadores e mais de 40 prefeitos. Essa base ficará sob liderança dos três, com todo apoio da direção nacional e garantias de fundo eleitoral e suporte institucional”, afirmou.
Riedel migra ao PP
Enquanto deputados estaduais cobram organização, o governador Eduardo Riedel oficializou na terça-feira (19), em Brasília, sua filiação ao Progressistas (PP), durante a convenção da Federação União Progressista. Ao lado da senadora Tereza Cristina, Riedel afirmou que encontrou na nova legenda princípios alinhados ao seu projeto político e defendeu uma agenda de desenvolvimento, inclusão social e qualificação profissional.
A senadora comemorou a adesão: “Era o passo mais natural. O Progressista pensa em desenvolvimento e inovação, e você já faz isso no nosso Estado”.
Por Carol Chaves e Brunna Paula