Presidente participou da abertura do Fórum Empresarial do Brics no Rio e defendeu cooperação para comércio justo, transição energética e regulação da inteligência artificial
Ao participar da abertura do Fórum Empresarial do Brics neste sábado (5), no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o grupo de países emergentes tem papel central na construção de um modelo de desenvolvimento mais equilibrado. “Durante o ressurgimento do protecionismo, cabe às nações emergentes defender o regime multilateral de comércio e reformar a arquitetura financeira internacional. Os Brics seguem como fiador de um futuro promissor”, declarou.
Formado atualmente por 11 países — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã —, o Brics atua como espaço de articulação política e cooperação entre nações do Sul Global em áreas como economia, tecnologia, energia e segurança alimentar. Juntas, essas nações somam quase metade da população mundial, 40% da economia global e mais de 20% do comércio internacional.
Em seu discurso, Lula destacou o potencial do bloco para liderar a transição para uma economia mais sustentável. “Nossos países já estão entre os maiores investidores de energia renovável do planeta. Há imenso potencial para ampliar a produção de biocombustíveis, baterias, placas solares e turbinas eólicas. Possuímos minerais estratégicos essenciais para a transição energética”, disse.
O presidente também ressaltou a importância de fortalecer o setor de saúde. “O fortalecimento do complexo industrial da saúde amplia o acesso a medicamentos e é fundamental para superar doenças socialmente determinadas que afligem os mais vulneráveis”.
Lula aproveitou ainda para defender uma regulação internacional da inteligência artificial, afirmando que é necessário evitar a concentração de poder nas mãos de grandes empresas de tecnologia. “A inteligência artificial traz possibilidades que há poucos anos sequer imaginávamos. Na ausência de diretrizes claras coletivamente acordadas, modelos gerados apenas com base na experiência de grandes empresas de tecnologia vão se impor”, alertou.
Encerrando sua fala, o presidente comentou sobre os conflitos internacionais e defendeu que o Brics contribua com caminhos para a paz. “Ao invés de barreiras, promovemos integração. Contra a indiferença, construímos a solidariedade”.
O fórum reúne representantes do setor produtivo dos países-membros e discute temas como transição energética, descarbonização, economia digital, inclusão financeira e segurança alimentar.
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