Kassab insiste em Eduardo Leite e esfria aliança com Lula no primeiro turno

Foto: Mathilde Missioneiro / Folhapress
Foto: Mathilde Missioneiro / Folhapress

Após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciar que desistiu de concorrer à Presidência da República, o partido do parlamentar mantém a estratégia de buscar uma candidatura própria ao Palácio do Planalto, o que gera pessimismo no PT quanto a uma aliança no primeiro turno.

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, que esteve em Campo Grande durante o fim de semana, disse em conversas reservadas com aliados que, caso queira, o governador Eduardo Leite (PSDB-RS) será o candidato da sigla.

Leite, por sua vez, afirmou publicamente que tomará a decisão nas próximas semanas. “Então isso será uma prioridade para mim quando voltar ao Brasil. E isso [o debate] está acontecendo agora, pelo WhatsApp”, afirmou nesta quinta em um evento do think tank Atlantic Council, em Washington. Ele retornará ao Brasil no próximo dia 15.

O convite para que o governador gaúcho se filie ao PSD foi feito ainda no mês passado, antes de Pacheco anunciar a decisão a respeito da eleição presidencial. O dirigente do PSD já trabalhava um plano B ao presidente do Senado na expectativa de que ele declinasse do plano de se candidatar à Presidência.

O anúncio da desistência de Pacheco ocorreu na quarta-feira (9). Ontem (10), Kassab divulgou nota com vários elogios ao mineiro, um dos “principais nomes da renovação política brasileira”, e dizendo que respeita a decisão.

Leite tem até 1º de abril, quando acaba a janela partidária, para deixar o governo do Rio Grande do Sul e migrar do PSDB para a outra sigla. Políticos que conversam com o gaúcho dizem que ele quer ter a certeza de que não será abandonado pelo PSD mais à frente caso o partido constate que ele não será competitivo eleitoralmente.

A decisão terá impacto no tabuleiro das pré-candidaturas que buscam uma terceira via na eleição, como a de João Doria (PSDB), Sergio Moro (Podemos) e Simone Tebet (MDB). A União Brasil também pretende lançar um nome na disputa com a expectativa de afunilar a decisão em torno de um só nome, que seja mais competitivo, em meados do ano.

Dirigentes do MDB e da União Brasil avaliam que a candidatura de Leite só servirá para dividir ainda mais os votos que são anti-Lula e anti-Bolsonaro e manter baixo o patamar das candidaturas da terceira via. Nenhuma delas passou de dois dígitos ainda em pesquisas de intenção de voto.

Avaliação dos petistas

Diante da movimentação do partido, alas do PT seguem céticas e consideram pequena a chance de uma aliança entre o partido e PSD no primeiro turno das eleições, como quer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No PT, a visão de uma ala de aliados de Lula é que ele não deve procurar Kassab porque já expressou em mais de uma reunião a vontade de ter o PSD ao seu lado e se dispôs a fazer gestos em palanques estaduais para atrair o partido. O ex-presidente tem dito que é preciso respeitar o tempo de Kassab.

Com informações da Folhapress

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