A indefinição sobre os cortes de gastos públicos para o próximo ano entrou em mais uma semana de impasse, enquanto o governo busca estratégias para equilibrar o orçamento. Após intensas negociações, incluindo reuniões realizadas até mesmo no último domingo (10), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na segunda-feira (11) que as deliberações se estenderão por mais três dias, em um esforço para definir os ajustes finais.
Haddad informou que as pastas da Saúde, Educação, Previdência e Desenvolvimento Social já passaram pelo processo de revisão orçamentária e que a Casa Civil está revisando os textos das propostas. Um novo ministério, ainda não divulgado, também deve ser incluído nas discussões de ajuste. “Tem uma reunião amanhã de encaminhamento. Tem os atos que estão sendo encaminhados à Casa Civil para ajuste de redação e tem um ministério a ser encaminhado para o esforço [orçamentário],” declarou o ministro, que preferiu manter em sigilo qual pasta ainda está sendo negociada.
Além das reuniões internas, Haddad afirmou que será necessária a aprovação dos cortes pelo Congresso. Um encontro com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve ocorrer em breve, com previsão de definição nesta terça-feira (12). Os valores exatos a serem cortados ainda não foram divulgados, mas a expectativa é de que a negociação se consolide dentro do prazo para garantir o equilíbrio fiscal.
A proposta de cortes enfrentou críticas de organizações e partidos de esquerda, incluindo o PT, que pressionam o governo a priorizar investimentos em áreas sociais e a buscar fontes de receita que não comprometam esses setores. Para Haddad, as reações são naturais em um ambiente democrático, mas ele defendeu os cortes como essenciais para manter o equilíbrio das contas e o controle da inflação, fatores que beneficiariam os trabalhadores e a sustentabilidade econômica do país.
“Estamos seguros de que o que estamos fazendo é para o bem dos trabalhadores. Controlar a inflação e manter a atividade econômica são partes fundamentais do nosso trabalho. É um equilíbrio de variáveis importantes para todos os brasileiros, para a sustentabilidade da economia brasileira neste momento,” afirmou Haddad.
Nos próximos dias, o governo intensificará o diálogo com o Congresso e a Casa Civil para consolidar a proposta e assegurar um consenso sobre as verbas a serem ajustadas. A expectativa é de que os próximos encontros possam encaminhar os cortes de forma a preservar a economia e, ao mesmo tempo, garantir os compromissos com as áreas essenciais do governo, em um esforço conjunto para finalizar o orçamento de 2024 com responsabilidade fiscal.
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