Um importante eixo de exportação para Mato Grosso do Sul e estados e países vizinhos, dando viabilidade ao transporte da produção de minério de Corumbá para diferentes mercados no planeta e garantindo desenvolvimento e uma conexão entre o Estado e o Uruguai, que é a porta de saída desta rota sul-americana para o restante do mundo.
O parágrafo acima é uma breve descrição da Hidrovia Paraguai-Paraná, que tem início no Brasil e segue pelo Paraguai, Argentina e Uruguai, passando pelas principais cidades e capitais de ambos. E foi no ponta final dessa via, a capital uruguaia Montevidéu, que o governador Eduardo Riedel acompanhou o embarque de mais uma produção de minério de ferro produzido em Corumbá pela subsidiária do grupo J&F Mineração, a LHG Mining.
Nesta quarta-feira (14), ao lado dos secretários Rodrigo Perez (Gestão Estratégica) e Desenvolvimento (Jaime Verruck), Riedel conheceu o porto flutuante – onde é feita a transferência do mninério de ferro – e toda a estrutura da embarcação, incluindo a casa de máquinas e sala de controle. O governador ainda pode observar de perto toda a operação de transbordo do navio para o porto, e depois para a embarcação que leva o minério para a China e Europa.
“Estamos na Zona Alpha, a 40 km de Montevidéu, onde está acontecendo o transbordo de minério de ferro que sai de Corumbá. O produto desce por barcaça até Nova Palmira, no Uruguai, depois é carregado num navio de 50 mil toneladas, que é transbordo para um maior ainda, de 200 mil toneladas”, explica Riedel, que completa em seguida.
“A grande discussão é a navegabilidade do rio Paraguai, que vai dar total condição do Mato Grosso do Sul conseguir aumentar as exportações de minério e também fazer a navegação o ano inteiro de soja, milho e qualquer outro produto que tenha origem no Estado”, finaliza.
Em março de 2023, a LHG Mining inovou ao realizar a primeira operação de transbordo de minério de ferro para a China em um único navio, com capacidade de 175 mil toneladas do produto, na zona de alto mar do porto Nueva Palmira. As barcaças carregadas de minério de ferro saem mensalmente do porto Gregório Curvo, em Corumbá, seguindo então pela hidrovia Paraguai-Paraná até o Uruguai. Dali o produto é exportado em um único navio.
“Viemos conferir essa operação, discutir com as autoridades uruguaias toda a ação que teve um grande envolvimento. Agradeço ao governo uruguaio por ter permitido esta capacidade de operação, que foi inédita no país. Vejo com bons olhos a construção dessa navegabilidade o ano inteiro, envolvendo Mato Grosso do Sul, Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai, especialmente no porto. É um acesso fantástico para o crescimento e desenvolvimento”, frisa Riedel.
Além da comitiva sul-mato-grossense, o secretário nacional de Hidrovias e Navegação do Ministério dos Portos e Aeroportos, Dino Batista e o diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Eduardo Nery, acompanharam o trabalho de embarque no Uruguai.
“A grande discussão que nós temos é a logística, como retirar este minério de maneira competitiva para atingir os mercados internacionais, especialmente a Europa e a China que são os grandes destinos. Houve mais de R$ 5 bilhões de investimentos nos últimos três anos na área da mineração, em Corumbá e Ladário, o que praticamente triplicou a produção”, revela Verruck.
O secretário ainda afirma que constatou uma inovação na área do uso da hidrovia. “Foi importante estarmos aqui inclusive com agentes do Governo Federal, a Antaq e a Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação, que tem todo um planejamento”, disse Verruck.
A produção consolidada do minério de ferro e manganês passou de 4,5 milhões de toneladas para 8 milhões neste ano. O Governo de Mato Grosso do Sul quer dar competitividade para a hidrovia Paraguai-Paraná, que pode operar com grãos e minério, além da função social que ela representa no Pantanal, como o transporte de ribeirinhos.
“A hidrovia é o modal mais barato em comparação com os demais modais. A operação pode potencializar a competividade do Mercosul e gerar um processo de integração que interessa a todos, favorece toda a América do Sul”, afirma Verruck, diante da ideia de que investimento no transporte fluvial significa mais capacitação, emprego e renda para os cidadãos em Mato Grosso do Sul e também nos demais países e locais envolvidos no processo.
Dino Batista foi mais além e declarou que a Hidrovia do Paraguai é a mais nova fronteira econômica do Brasil. “Essa operação hoje representa a vontade e luta muita grande para trazer algo fundamental, que é a inovação. Pensar maneiras diferentes de fazer as coisas, em soluções, mostra a criatividade que a iniciativa privada sempre traz nas operações, não só portuárias, mas de navegação”, frisa o representante federal, que complementa.
“Conhecer uma operação dessas mostra, para nós do Poder Público, que temos que conseguir acompanhar e tentar estar à frente do processo para trazer facilidades para a iniciativa privada poder investir, gerar renda e trabalho para os nossos cidadãos. Foi fundamental para conhecer e ver como nosso pessoal é criativo e vai atrás das soluções necessárias”, conclui.
O fluxo logístico da mineração envolve duas minas em Corumbá, transporte de caminhão e trem por 12km até Porto Gregório Curvo, no rio Paraguai. O material – 4 milhões de toneladas – é levado por 400 barcaças por 2,5 mil km até o Uruguai, em uma viagem que dura aproximadamente 32 dias, e chega até Porto Nova Palmira, onde está instalado o porto flutuante.
Todo o processo também expandiu as vagas de emprego diretos, passando de 790 para 2.520 no Brasil, de 120 para 319 no Paraguai, e com a criação de 218 frentes no Uruguai. Desde a saída de Corumbá até a chegada aos mercados mundiais, o transporte demora em média 80 dias para a China e 50 dias para a Europa.
“Nós tivemos uma oportunidade de conhecer uma operação que é realizada em águas marítimas, na costa do Uruguai, em que embarcações transportando minério de ferro, navios de 45 mil toneladas, e são carregados em embarcações maiores de até 180 mil toneladas”, explana Eduardo Nery.
O representante da Antaq segue afirmando que “as embarcações seguem para a costa da Ásia, da Europa, para transportar minério de ferro, que é extraído no Mato Grosso do Sul. Por não ter profundidade suficiente, é preciso fazer todas essas operações de transbordo de carga, mas que elas são muito importantes, são essenciais para reduzir custos logísticos e tornar as nossas exportações competitivas. Então isso é mais uma prova da necessidade que temos de transformar a nossa Hidrovia do Paraguai numa grande rota hidroviária”, conclui.
Com informações da assessoria de comunicação Governo de MS
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