O governo federal prepara o envio de uma comitiva à Europa neste mês de abril com o objetivo de estreitar relações comerciais e impulsionar a validação do acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE), anunciado em dezembro de 2024, após mais de duas décadas de negociações. A missão ocorre em meio ao novo “tarifaço” aplicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos estrangeiros.
Liderada pelo presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o ex-senador Jorge Viana (PT), a delegação contará com representantes do Ministério das Relações Exteriores (MRE), da própria ApexBrasil e empresários de setores estratégicos como agricultura familiar, frutas, café e proteína animal.
A agenda prevê encontros em três capitais europeias:
– Lisboa, Portugal – dias 23 e 24 de abril;
– Varsóvia, Polônia – dias 25 e 26 de abril;
– Bruxelas, Bélgica – dias 28 e 29 de abril.
Segundo a ApexBrasil, a missão priorizará reuniões com os Setores de Promoção Comercial e Investimentos (Secoms), os Setores de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectecs), além de Adidos Agrícolas.
Acordo histórico no centro das atenções
Em comunicado, Jorge Viana destacou que o foco da missão será a “ampliação e aprofundamento das relações econômicas do Brasil com países europeus”, com especial atenção à validação do acordo Mercosul-União Europeia, que aguarda aprovação do Conselho da UE e do Parlamento Europeu para entrar em vigor.
“Com a conclusão do acordo, estamos falando da criação do maior bloco econômico do mundo, com mais de 700 milhões de pessoas. O acordo nos proporciona a possibilidade de novos negócios que estimulam a economia verde e a transição energética”, afirmou Viana.
Com um Produto Interno Bruto (PIB) conjunto estimado em US$ 22 trilhões (cerca de R$ 129 trilhões), o acordo entre os blocos contempla medidas como redução de tarifas, facilitação de investimentos e integração econômica.
A viagem ocorre em um contexto global de tensões comerciais renovadas, após o governo dos EUA anunciar aumento de tarifas sobre produtos estrangeiros, impactando setores sensíveis para países exportadores como o Brasil. Para o governo Lula, reforçar laços com a Europa é uma resposta estratégica para ampliar mercados e garantir segurança econômica diante do cenário internacional incerto.
“A expectativa é que essa missão possa ajudar na aceleração do processo de aprovação, reforçando o compromisso do Brasil com a abertura comercial, a sustentabilidade e o fortalecimento de laços estratégicos”, afirma a ApexBrasil.
A delegação brasileira também espera abrir novas frentes de cooperação com foco na inovação e nas cadeias de valor sustentáveis, como parte da agenda do país voltada à transição energética e à economia de baixo carbono.
Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram
Leia mais
Governo libera R$ 27,4 milhões para STF reforçar segurança após bomba