A ‘folha secreta’ utilizada de argumento de outros candidatos nestas Eleições Municipais 2024 contra a prefeita Adriane Lopes (PP), foi objeto de um acordo celebrado entre a Prefeitura de Campo Grande e o Tribunal de Contas do Estado em razão das irregularidades encontradas na gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad, TAG (Termo de Ajuste de Gestão).
A prefeita Adriane Lopes deu fim a essa prática e o município de Campo Grande tem até o dia 31 de dezembro para cumprir todos os termos acordados com a corte de contas.
Conforme documentos obtidos pelo Jornal O Estado, servidores do gabinete do ex-prefeito Marquinhos Trad, chegaram a receber, juntos, mais de meio milhão. O secretário-adjunto de Gestão, Igor Barreto Peixoto recebeu somente no mês de dezembro de 2020, o exorbitante valor de R$ 285,5 mil em rendimentos brutos. O salário era engordado com pagamentos que tinham nomenclaturas diferentes. Um deles, tinha até mesmo o nome de “Ficha Limpa”. Como não havia transparência na época em que Marquinhos Trad era prefeito, não se sabe o que esses secretários faziam para ter esses adicionais.
Igor Peixoto, conforme mostram os documentos, chegou a ter três pagamentos de férias em dois meses, sendo uma em novembro e outras duas em dezembro daquele ano. Já o chefe de gabinete de Marquinhos Trad, Alex de Oliveira Gonçalves, recebeu nada menos que R$ 361.802,22 no intervalo de quatro meses.
Coordenador geral da campanha da representante do União Brasil, Alex foi um dos maiores agraciados com pagamentos e valores exorbitantes, Alex recebeu em menos de quatro meses uma média de R$ 90 mil mensais. Vale lembrar que os valores não eram referentes a acertos por se desligar da prefeitura.
Quem também aparece no documento com ‘supersalário’ é o ex-titular da Secomp (Secretário-Executivo de Compras Governamentais), Ralph da Cunha Nogueira, aliado de Trad, recebeu somas que chegam ao valor de R$ 211.931,60 apenas em dezembro de 2020.
Em dezembro de 2020, quando era secretário de Finanças de Marquinhos Trad, o deputado estadual, Pedrossian Neto recebeu em um só mês R$ 175,5 mil em pagamentos juntando salário, jetons e benefícios.
O mesmo aconteceu com Agenor Mattielo, responsável pelo plano de governo de Rose Modesto. Quando foi secretário na gestão de Trad, Mattielo chegou a ter recebimento em um único mês de R$ 167.321,21.
Os valores a que o Jornal O Estado teve acesso não estão disponíveis no portal da transparência da Prefeitura de Campo Grande, pois não eram disponibilizados na época.