Coordenador da bancada federal afirma que articulações estão sendo feitas em prol de MS

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Vander Loubet disse que as conversas envolvem negociação com bancadas de outros Estados

Coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul, o deputado Vander Loubet (PT) afirmou, em entrevista ao jornal O Estado, que os parlamentares do Estado estão realizando articulações para garantir que as preocupações do MS sejam contempladas na negociação da reforma tributária, projeto em tramitação na Câmara Federal. Segundo ele, o momento é de diálogo e busca por apoio de outras bancadas estaduais.

Conforme o deputado petista, as negociações envolvem conversas com coordenadores de bancadas de outros Estados, uma vez que muitas das preocupações em relação ao texto da reforma são compartilhadas por diferentes regiões. Essa estratégia visa fortalecer as reivindicações do Estado e dar maior peso às demandas apresentadas.

Além disso, os parlamentares sul-mato-grossenses também têm buscado diálogo com as lideranças do governo, com o objetivo de promover ajustes no texto que contemplem as necessidades específicas do Mato Grosso do Sul.

A preocupação com possíveis perdas de arrecadação na reforma levou o governado Eduardo Riedel (PSDB) a visitar Brasília, na última quinta-feira (22). Durante sua estadia na capital federal, Riedel participou de uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL),

e outros governadores, discutindo propostas para um novo sistema tributário nacional, bem como as principais preocupações regionais. O governador havia se reunido, dias antes, com a bancada federal na Governadoria, em Campo Grande, levando sugestões para enriquecer a proposta da reforma e destacando a importância de considerar os aspectos regionais, a fim de evitar perdas de arrecadação e prejuízos à competitividade do Estado.

Vander Loubet afirma que será possível atender aos pedidos do governador. Entre os temas abordados estão a perda de arrecadação, o Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário de Mato Grosso do Sul), o Fundo de Desenvolvimento Regional, os saldos credores e os incentivos fiscais. “Durante uma reunião que tivemos, na Governadoria, com a bancada, foram colocados alguns pontos na mesa: perda de arrecadação, Fundersul, Fundo de Desenvolvimento Regional, saldos credores e incentivos fiscais. Todos eles vão ser abordados em nossa articulação. Há questões mais simples e outras mais complexas, mas vamos trabalhar todos com o objetivo de evitar, ou pelo menos minimizar, quaisquer eventuais prejuízos que a reforma possa trazer para o Estado.”

O deputado federal Dagoberto Nogueira (PSDB) disse, ao jornal O Estado, que irá trabalhar para que MS não perca receita. Ele cita que esse é o papel da bancada. “Tem cinco pontos que fazem com que o Estado perca muita receita e atrapalham o crescimento, com o fim do Fundersul e dos incentivos fiscais, entre outros. O que temos que brigar é pela compensação destas e de outras perdas.”

 

COMPETIÇÃO ENTRE ESTADOS

Indagado sobre a preocupação de que Estados produtores e do agronegócio possam ser prejudicados em relação aos Estados industrializados, Vander Loubet ressalta que é natural haver divergências em relação a uma reforma tributária, uma vez que cada setor tem sua visão ideal. No entanto, ele destaca a importância de compreender que o governo e o Congresso Nacional trabalharão para viabilizar uma reforma tributária possível para todos os envolvidos. “As divergências em relação a uma reforma tributária são naturais. Todo mundo quer ganhar, ninguém quer perder.

Cada setor tem uma reforma ideal na cabeça. Porém, a gente precisa ter a compreensão de que o governo e o Congresso Nacional vão trabalhar por uma reforma tributária possível, que simplifique a cobrança dos tributos, que reduza a burocracia e garanta segurança jurídica.”

Da base do governo Lula, a deputada federal Camila Jara defende a reforma e cita que a proposta vai tornar o sistema tributário mais transparente. “Temos PIS,= Cofins, ISS, ICMS. É tanto imposto que, no final das contas, a gente nem sabe quanto de imposto a gente paga. Vamos ter a oportunidade de corrigir uma série de desigualdades. E, todos esses impostos vão virar apenas dois, isso não irá aumentar a carga tributária, mas simplificar o sistema de produção e fazer com que a gente consiga gerar mais emprego e renda, e com que o Estado consiga arrecadar mais. Afinal, vai diminuir a sonegação fiscal e teremos recursos para a educação, saúde e para resolver nossos problemas no dia a dia.”

 

Por Rayani Santa Cruz- Jornal O Estado do MS.

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