Câmara dos Deputados define comando das comissões temáticas para 2025

Foto: divulgação/Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Foto: divulgação/Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados oficializou nesta quarta-feira (19) a instalação das comissões temáticas que vão conduzir os trabalhos legislativos ao longo de 2025. A definição do comando dos colegiados foi concluída na noite de terça-feira (18) após intensas negociações entre os partidos, seguindo o critério da proporcionalidade partidária — o partido com mais assentos leva mais comissões.

As primeiras comissões começaram os trabalhos às 10h (horário de Brasília), e o restante foi instalado às 14h (horário de Brasília). A nova configuração reflete a força dos maiores blocos partidários e o equilíbrio de poder entre governo e oposição, com destaque para a disputa por comissões estratégicas como Constituição e Justiça (CCJ), Finanças e Tributação e Minas e Energia.

O PT abriu mão da Comissão de Educação, cedendo-a ao União Brasil em troca da relatoria da Comissão Mista de Orçamento para o MDB. Em compensação, o partido garantiu o comando das comissões de Finanças e Tributação e de Direitos Humanos.

Uma das disputas mais acirradas foi pelo controle da Comissão de Minas e Energia, que trata de combustíveis, energia elétrica e recursos minerais. O embate entre PL e PSD terminou com a vitória do PSD. O PL, por sua vez, ficou com Relações Exteriores, Saúde, Agricultura, Segurança Pública e Turismo — todas áreas estratégicas e com influência direta sobre políticas públicas e volume de emendas parlamentares.

O Republicanos, partido do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ficou com as comissões de Comunicação e Desenvolvimento Econômico, reforçando sua presença em áreas de impacto econômico e social. Já o PP assegurou o comando das comissões de Ciência e Tecnologia e de Viação e Transportes.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a mais importante por analisar a legalidade de todos os projetos antes de votação em plenário, ficou com o União Brasil, seguindo um acordo firmado na gestão anterior da Câmara.

Para o governo, o saldo das negociações foi positivo. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), destacou que o Executivo conseguiu manter influência sobre áreas-chave como Finanças, Direitos Humanos e Fiscalização. “Concluímos um acordo sólido, alguns partidos cederam, o governo acompanhou tudo e construímos um bom acordo que preserva todos os interesses das bancadas”, afirmou Guimarães.

Os partidos menores também garantiram espaço no comando das comissões, embora em áreas de menor visibilidade política. O PSDB ficou com Indústria, o Podemos com Previdência, o PDT com Trabalho e o PSOL com Defesa dos Direitos da Mulher. O PV assumiu a Comissão da Amazônia e dos Povos Originários — uma decisão que reflete coerência temática, segundo analistas políticos.

Como ficou a distribuição das comissões:

– PT: Cultura, Finanças e Tributação, Direitos Humanos
– PL: Agricultura, Relações Exteriores, Saúde, Segurança Pública e Turismo
– PSD: Minas e Energia, Esporte
– Republicanos: Comunicação, Desenvolvimento Econômico
– PP: Ciência e Tecnologia, Viação e Transportes
– União Brasil: Constituição e Justiça, Educação, Integração Nacional
– MDB: Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano
– PSDB: Indústria
– Podemos: Previdência
– PDT: Trabalho
– PSOL: Defesa dos Direitos da Mulher
– PV: Povos Originários, Fiscalização Financeira
– PCdoB: Defesa do Consumidor
– Solidariedade: Pessoa Idosa
– PSB: Pessoa com Deficiência

Com as comissões instaladas, os deputados devem definir nas próximas semanas quais projetos terão prioridade na pauta. As comissões mais estratégicas, como CCJ, Finanças e Tributação e Minas e Energia, devem concentrar os debates mais intensos nos próximos meses, influenciando diretamente as votações no Congresso.

 

Com informações do SBT News

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