Brasil incorpora todos os estados ao projeto Rotas de Integração Sul-Americana

Foto: Washington Costa/MPO
Foto: Washington Costa/MPO

Relatório 2025 apresenta a inclusão das 16 unidades federativas não-fronteiriças, ampliando o escopo logístico, econômico e geopolítico do programa e conectando o país inteiro à integração continental

O Governo Federal apresentou nesta segunda-feira (28/7) o Relatório 2025 do projeto Rotas de Integração Sul-Americana. Produzido pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, o documento consolida a incorporação das 16 unidades da Federação que não fazem fronteira com países da América do Sul ao esforço nacional de integração regional. A nova etapa detalha as estratégias de inserção desses entes no planejamento logístico do País, com destaque para a articulação das cadeias produtivas nacionais às rotas comerciais continentais e ao acesso ampliado à costa do Pacífico.

“O projeto Rotas de Integração Sul-Americana entra em sua terceira fase de construção. Expande a perspectiva das Rotas para além dos onze estados de fronteira, incorporando ao debate da integração as 16 unidades da Federação não fronteiriças. Elas representam 36% do território brasileiro, 73% do PIB e 74% da população do Brasil”, afirmou a ministra Simone Tebet.

Com mais de 3,1 milhões de km², as unidades da Federação agora incorporadas ao projeto correspondem a um terço do território brasileiro, com área superior à de qualquer país sul-americano considerado isoladamente. Essas regiões concentram aproximadamente 150,9 milhões de habitantes e mantêm relações comerciais consolidadas com os países da América do Sul. Em 2024, exportaram US$24,3 bilhões e importaram US$16 bilhões da região.

As exportações brasileiras por rodovias já somam 52% do total negociado com a América do Sul, e as unidades não fronteiriças são responsáveis por 66% desse comércio. O estado de São Paulo concentra 62% das exportações e 29% das importações dessas regiões. Somado a Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, o Sudeste representa 87% das vendas e 84% das compras realizadas por esses entes federativos.

“Em 2025, olhar para a América do Sul e para o Pacífico é uma necessidade concreta. Nos últimos 25 anos, o mundo mudou radicalmente. Por um lado, houve uma fortíssima expansão da dinâmica econômica, produtiva, financeira e comercial da China e seu entorno. Pela primeira vez, os principais sócios comerciais do Brasil estão no Pacífico. Ao mesmo tempo, os portos brasileiros no oceano Atlântico podem servir de pontos de escoamento para a produção de bens dos países vizinhos, destinados à Europa ou à África. Assim como as Rotas Bioceânicas levam o Brasil ao Pacífico, elas também trazem os países sul-americanos ao Atlântico”, afirmou o secretário de Articulação Institucional, João Villaverde.

A nova etapa do programa resultou de um processo de escuta ativa, que incluiu governos estaduais, Ministérios, autarquias, órgãos de controle e agentes do setor produtivo e logístico. A partir das demandas dos 16 estados e do Distrito Federal, foram identificadas iniciativas em andamento ou previstas no Novo PAC que se articulam com a agenda das Rotas. A proposta agora é instituir uma Sala de Situação para monitorar essas entregas com maior precisão e agilidade.

“O objetivo desta terceira etapa foi abrir um canal de diálogo com os entes públicos e privados das unidades da Federação que não fazem fronteira internacional, para identificar oportunidades e promover articulações. A intenção é fortalecer laços comerciais já existentes, ampliar iniciativas voltadas à comercialização de bens e serviços e identificar novas possibilidades de troca com os países da região”, afirmou Villaverde.

Integração

A interiorização do projeto Rotas também dialoga com os fundamentos da política de desenvolvimento nacional. O foco é integrar, de forma coesa e funcional, os diferentes espaços produtivos e logísticos do território. A análise incorpora o reposicionamento do Brasil na geoeconomia sul-americana, rompendo com o histórico de concentração voltada exclusivamente para o Atlântico.

“A integração regional e a conexão eficiente do Atlântico com o Pacífico poderão ser o meio de gerar os resultados positivos esperados em termos de emprego, renda, inclusão e melhoria das condições sociais e políticas. Portanto, as Rotas de Integração Sul-Americana desempenham função primordial no Brasil e na América do Sul, na construção de pilares democráticos sólidos, de desenvolvimento, com inclusão social, sustentabilidade ambiental, soberania e segurança”, reforçou Simone Tebet.

Cada uma das 16 unidades federativas não-fronteiriças apresentou propostas alinhadas à vocação local. As oportunidades identificadas a partir do diálogo com os estados do Sudeste refletem a força industrial e tecnológica da região. Entre elas estão a instalação de pólos de exportação industrial, a ampliação de exportações de insulina, o fortalecimento do setor automotivo e a consolidação de setores tecnológicos e de exportação de alto valor agregado. No Nordeste, os estados destacaram iniciativas voltadas ao aproveitamento de suas cadeias produtivas e potencial logístico e turístico. Já no Norte e Centro-Oeste, as propostas enfatizam a integração produtiva e o fortalecimento de modais rodoviário e ferroviário.

Vários projetos das fases anteriores e da etapa de interiorização já contam com recursos do Orçamento Federal, do BNDES ou do setor privado. Com o avanço do programa, foram identificadas novas possibilidades de financiamento, como o uso de Fundos Constitucionais de Financiamento (FCFs) e ações previstas nos Planos Plurianuais dos estados.

Com informações da Agência Gov.

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