Bolsonaro sobre combustíveis para rádio de MS: “Não sou o malvado”

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Divulgação/Presidencial

Presidente afirmou que MS é ‘locomotiva do agronegócio’ nacional

“Eu não sou malvado, não quero aumento de combustível, mas é uma realidade”, disse o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ontem (25), quando questionado sobre nova alta do combustível em entrevista à Rádio Caçula FM, de Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. Bolsonaro voltou a culpar: o ICMS, o preço do dólar e do barril de petróleo pelo novo reajuste.

 “Quando se fala em aumento de combustível, isso aí é uma correia de transmissão para a inflação. Tudo sobe. Agora, eu não sou malvado, não quero aumento de combustível, mas é uma realidade. O mundo todo está sofrendo com a economia com esse pós-pandemia. É uma realidade e temos de enfrentar”; continuou Bolsonaro: “Vamos procurar saber a composição do preço do combustível aí de vocês em Três Lagoas. O combustível saí lá da Petrobras, lá da refinaria e o preço final fica três vezes mais caro, que na origem”, disse ele, que complementou que os governadores são responsáveis por preços altos.

O presidente afirmou também que a privatização da Petrobras esteve no radar do governo, mas que o processo não é fácil. “Eu não tenho problema nenhum em receber críticas, agora eu peço, por favor, criticar com razão. Quando se fala em privatizar a Petrobras, isso entrou no nosso radar, mas privatizar qualquer empresa não é como alguns pensam, pegar a empresa e botar na prateleira e amanhã, quem der mais leva embora, é uma complicação enorme, ainda mais quando se fala em combustível”, justificou o mandatário sobre a alternativa.

O chefe do Executivo associou também o aumento no valor do combustível à falta de refinarias no país, que, segundo ele, mesmo tendo só 13, precisam ser vendidas. “Já vendemos duas refinarias, são 13, se não me engano, pretendemos vender mais, mas vender com responsabilidade. O que a gente precisa aqui? Fazer uma refinaria no Brasil e nós não temos dinheiro para tal, se nós tivermos um preço desajustado com o lá de fora, o capital externo ou interno não vai querer fazer refinaria no Brasil. São problemas que não se resolvem em três anos”, disse.

Bolsonaro afirmou que a paciência do povo se esgotou em relação aos preços dos combustíveis. “Agora, o povo tá com a paciência lá em baixo, a paciência dele praticamente se esgotou e vai para as críticas, das mais absurdas possíveis. Lamento, peço a Deus que preservemos nosso maior bem que ainda é a liberdade”, disse Bolsonaro.

Questionado sobre se possuía algum projeto para Mato Grosso do Sul, Bolsonaro não destacou proposta específica, mas disse que “faz projetos para o Brasil todo”, que entregou 18 mil moradias populares, títulos de propriedades a assentados de Terenos-MS e “que tirou a mão de obra do MST (Movimento Sem Terra)”, após o ato junto ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). 

Bolsonaro destacou a importância do Estado de Mato Grosso do Sul para a economia do país, e voltou a dizer que na pandemia “o homem do campo não parou de trabalhar”. “Mato Grosso do Sul faz parte da minha vida. Morei em Nioaque por três anos. Temos a ministra da Agricultura, a Tereza Cristina, representando e temos um estado focado no agronegócio, que é a locomotiva da nossa economia. A gente procura desde o início do mandato fazer o que é possível para todos os estados do Brasil”, disse ele, que exclamou novamente: “Não é fácil ser presidente da República, porque todos os problemas caem no colo do presidente”. (Rayani Santa Cruz)

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