Bolsonaro exalta agronegócio e diz que Lula trata setor como inimigo

Fotos: Reprodução/Facebook
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Ex-presidente relembrou seu governo, em que economia venceu obstáculos

O ex-presidente Jair Bolsonaro discorreu longamente sobre a importância do setor produtivo e do agronegócio do Brasil, ontem (6), durante entrevista no programa “Espaço Aberto”, da rádio “Grande FM” da grande Dourados. A conversa foi intermediada pelo deputado federal Rodolfo Nogueira (PL). Com inúmeras críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-presidente relembrou os feitos de seu governo e afirmou que Lula trata o agro como inimigo.

O ex-presidente comentou sobre as políticas do atual governo e disse que, em sua visão, a economia vai entrar em recessão. “A gente está vendo como [o presidente] trata a economia, o setor produtivo e não temos esperança de dar certo. Isso leva ao desemprego, que leva à violência. No nosso governo, tivemos a pandemia e uma guerra. E vencemos esses momentos. Estamos acompanhando uma política econômica desse governo, que não tem como dar certo.” Bolsonaro afirma que a orientação aos políticos da base é fazer oposição responsável e séria. “Em algumas pautas votar com o governo e em outras, não.  Buscamos alternativas. Porém, a forma como ele trata o agronegócio é lamentável, em todos os aspectos.”

Bolsonaro diz, quanto à questão do agro, que interessa muito a MS e que na época dele a então ministra, Tereza Cristina, soube conduzir a pasta, abrindo mercado e trabalhando alinhada com o meio ambiente. “A Tereza Cristina, junto ao Ricardo Salles convergiam nos trabalhos. Não eram pastas que estavam em briga e não era uma relação xiita com o meio ambiente, por isso deu certo. E atuação desse atual governo ofende os trabalhadores do campo.”

O ex-presidente disse que 30% do território é usado para a agricultura e que, na visão dele, o Brasil poderia dobrar esse percentual. 

 

Deputado de MS

O deputado Rodolfo Nogueira destacou na participação que ele vê que o agro entra em recessão, neste momento. Sobre o assunto, Bolsonaro declarou que se preocupa com o curto prazo. “Se você tem uma fábrica que produz prego e parar, de repente, daqui a dois meses você volta a produzir. Agora, no agro, você não produz em dois meses.”

Ainda explicou que negociou com a Rússia, no início da guerra, o comércio de fertilizantes para garantir a estabilidade do agro brasileiro. “Esse governo tem raiva do pessoal do campo. Pelo que sei, o MST possui 0,15% do arroz que consumimos no Brasil evende caro porque o orgânico não é mecanizado, por isso é mais caro. Para mim, o agro é um só.” 

Bolsonaro lembrou, durante toda a entrevista, do seu governo, afirmou que quando dormiu em hotéis fora do país pagou a conta com seu dinheiro. Sobre cartões corporativos disse que “nunca sacou nenhum centavo e nunca pagou um sanduíche com o cartão”.

“Zero o saque e pagamento de qualquer coisa. Não é fácil, porque você tem que ter postura de domingo a domingo.” Líder da oposição Questionado se se considera o principal líder da oposição, Bolsonaro diz que teve 58 milhões de votos de eleitores conscientes, no segundo turno de 2022, por isso ele tem relevância. Ele considerou, todo o tempo, que, em seu governo, as escolhas foram assertivas e trouxeram bons resultados ao país, por isso tem a sensação de força no eleitorado.

“Na pandemia ninguém sabia como tratar ela e, apesar de todos os problemas, grande parte da mídia ter impedido os médicos de exercer sua autonomia, vencemos. Na questão econômica, nos saímos bem. Gastamos muito dinheiro para não colapsar. Atendemos ao empresariado, para não ter demissão em massa, auxílio emergencial e isso foi dinheiro que entrou nos municípios.” 

Bolsonaro afirma que enxerga as comissões de investigação com preocupação e lamenta o episódio de 8 de janeiro, e disse que cerca de 300 pessoas foram presas injustamente.

 

Julgamento marcado para 22 de junho

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) marcou para 22 de junho o julgamento do processo aberto contra o ex-presidente Jair Bolsonaro após a reunião com embaixadores, realizada em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada, em que ele atacou o sistema eletrônico de votação. Se condenado, Bolsonaro ficará inelegível por oito anos e não poderá disputar as próximas eleições.

Na ação, o ex-presidente é acusado de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Após a realização da reunião do presidente com embaixadores, o PDT entrou com uma ação de investigação no TSE.

Diante do risco de ficar inelegível por conta do processo, ele afirma que confia na Justiça. “Nós não fizemos nenhum ataque à democracia. Fiz aquela reunião em que mostramos como era o sistema eleitoral, no Brasil. Peço a Deus que a Justiça não cometa injustiça com alguém  que tanto quis colaborar com o país.”

Por Rayani Santa Cruz– Jornal O Estado do MS.

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