Por onde passou em Mato Grosso do Sul, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sempre arrastou multidão. Não é por menos, 59% (880.696 votos) dos eleitores do Estado, votaram pela sua reeleição no 2º turno.
Essa ascensão da direita na política deixou discípulos e eleitos na Assembleia Legislativa, na Câmara Federal, no Senado e no Governo. A invasão às sedes dos Três Poderes, uma semana depois da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, levanta a pergunta onde irá o bolsonarismo?
O deputado eleito, Rodolfo Nogueira, “O Gordinho do Bolsonaro”, que é o presidente estadual do PL em Mato Grosso do Sul, afirma ao Jornal O Estado que o movimento bolsonarista não perderá forças, após o episódio de invasão e vandalismo em Brasília, cujo resultou em diversas prisões e decreto de intervenção federal na segurança da Capital Federal. Ele é defensor fiel do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e afirma que crê em reviravolta dos movimentos conservadores.
“Acredito que não perde força não. Bolsonaro foi um precursor da defesa do conservadorismo, da família e das liberdades individuais que há anos vinham sendo massacradas pelas ideologias de esquerda. Acredito que diante de tantos absurdos, perseguições, censuras, a direita ficará ainda mais fortalecida. A liberdade é um desejo intrínseco da natureza humana. E isso não morrerá.”
Ele foi questionado sobre o vandalismo nos três poderes da República e afirma que isso não afeta a imagem do bolsonarismo.
“Acredito eu, que as depredações que ocorreram foram objeto de infiltrados, como tem sido divulgado em vídeos nas redes sociais.”
Nogueira está convicto sobre a robustez do conservadorismo. Ele diz que continuará a carregar as mesmas bandeiras durante os quatro anos de mandato.
“Com certeza manterei sim. Não sou nem nunca fui oportunista. Não defendi as bandeiras conservadoras porque o presidente era o Bolsonaro, defendi e defendo, pois antes de tudo ‘sou conservador’ , ‘sou cristão’, ‘sou família’, ‘sou armamentista’ desde minha juventude e não deixarei de ser por causa de perseguição política.”
“Gordinho do Bolsonaro” acredita na volta do ex-presidente ao cenário político, mesmo com turbulências recentes e riscos de processos judiciais.
“O presidente Bolsonaro é a maior liderança política da direita no Brasil. Sua história política e seu governo o credenciam para qualquer futura disputa política.”
Ele explica ainda, que no ano de 2018 haviam poucas lideranças de direita, mas que houve um levante em 2022 com o surgimento de novas lideranças do Brasil.
“Tanto que a direita teve votações expressivas nos estados. Assim acredito que o movimento de direta veio para ficar.”
O vereador de Campo Grande, Tiago Vargas (PSD), também não deve desistir do movimento bolsonarista. Ele que é conservador e sempre se declarou apoiador assíduo do ex-presidente Jair Bolsonaro, vem fazendo uma série de publicações nas redes sociais. Entre elas, sobre a investigação pelo Ministério da Justiça, após denúncias de que estaria instigando manifestações de cunho golpista. Vargas disse que não teme o futuro.
“Serei investigado pelo Ministério da Justiça e pasmem vocês, não é por ser um ‘político corrupto’, mas por ser totalmente contrário e expressar minha opinião dos fatos que aconteceram no Brasil nos últimos dias. Serei preso? Perderei meu mandato? O futuro dirá. Peço a Deus que abençoe grandemente a nação brasileira.”
Análise
Para o analista político e advogado, Tércio Albuquerque, a tendência é que movimentos de extrema-direita se esvaziem com o passar do tempo e a depender do comportamento do Congresso Nacional.
“Não vamos nos esquecer que há uma grande maioria da direita eleita, sustentados exatamente pelo PL e partidos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eles carregam essas bandeiras do conservadorismo e devem assim continuar.”
Porém, o analista acredita que o bolsonarismo radical deva diminuir consideravelmente a medida que a temática de discussão no Brasil mude passando de “direita, esquerda e centro” para temas sociais e que dizem respeito a toda a população brasileira.
Ao início da semana, bolsonaristas como o deputado João Henrique Catan (PL) e Capitão Contar (PRTB) se posicionaram sobre a ocorrência em Brasília e sobre o cenário polarizado.
Catan condenou atos de vandalismo e destacou que a polarização sempre vai existir. O parlamentar afirma que por convicção conservadora sempre fará oposição ao PT.
“O que algumas pessoas chamam de polarização eu acredito ser convicção. Lutamos contra o PT há muito tempo. Ou seja, não se trata de dois polos opostos ter um fim, ambos os lados sempre haverão de existir.”
Questionamentos por WhatsApp e várias ligações foram feitas aos deputados Dr. Luiz Ovando (PP)., Marcos Pollon (PL), que não deram retorno até o fechamento do texto.
Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado do MS.
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