Após decisão do STF, Lula agradece Fachin, ataca Moro e Lava Jato

Reprodução/Reuters
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Ex-presidente se diz ‘feliz com a verdade’ e não descarta ampla aliança para 2022

Em sua primeira manifestação após ter suas condenações anuladas e sido autorizado a disputar eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou a gestão da pandemia pelo governo de Jair Bolsonaro, a que chamou de “desgoverno”, agradeceu o Supremo e disse que a “verdade prevaleceu” no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP).

Em fala de improviso, Lula se disse agradecido ao ministro Edson Fachin (STF) por ele “ter cumprido o que a gente reivindicava desde 2016”. “Fiquei feliz com a verdade.”

Disse que suas amarguras estão superadas, afirmou estar tranquilo, mas que ainda quer a punição do ex-juiz Sergio Moro, responsável por sua condenação no caso do tríplex de Guarujá que o deixou preso por 580 dias em Curitiba.

O petista voltou a chamar de “quadrilha” os procuradores da Lava Jato de Curitiba. “Moro sabia que a única forma de me pegar era pela Lava Jato. Eles tinham como obsessão, queriam criar um partido político. “Mas a verdade prevaleceu.”

Na fala desta quarta-feira, disse que foi vítima “da maior mentira da história jurídica em 500 anos de história do país” e afirmou que sua ex-mulher, Marisa Letícia, morreu diante da pressão que a família sofreu diante das acusações e investigações.

Lula atacou o que chamou de falta de prioridade do governo na compra de vacinas, mas sim na compra de armas, voltando a citar as milícias e suas suspeitas de ligações com a família Bolsonaro. “A dor que eu sinto não é nada”, disse Lula, ao apontar as vítimas da pandemia e em uma crítica velada à gestão de Bolsonaro.

O ex-presidente citou as pessoas que passam fome diante da crise econômica, lembrou das vítimas e de seus parentes e enalteceu ainda o que chamou de heróis e heroínas do SUS, sucateado, segundo ele, pela atual gestão federal.

Em sua fala de improviso, o petista relembrou sua trajetória desde o sindicato ao início na vida política e enalteceu os que sempre acreditaram em sua inocência. Citou inclusive a carta que recebeu do papa Francisco.

Sem medo

No pronunciamento, o ex-presidente Lula chamou Bolsonaro de “fanfarrão” e disse a ele “qual é o papel de um presidente da República”, citando a necessidade de avanços econômicos e sociais, em meio à crise da pandemia e desconfiança do mercado sobre sua candidatura em 2022.

O petista ficou com a voz embargada em alguns momentos da fala e disse querer voltar a andar pelo país e conversar com a população sobre os males de Bolsonaro. “Desistir jamais. A palavra desistir não existe no meu dicionário”, afirmou.

Lula disse ainda que quer conversar com a classe política. E deu novo recado. “Não tenham medo de mim, eu sou radical porque quero ir na raiz dos problemas deste país.”

Candidatura

Ao responder a perguntas da imprensa após discurso, Lula afirmou que é cedo para pensar em candidatura do PT e dos partidos de esquerda à eleição de 2022. “Vai ser bem pra frente que a gente vai discutir”, afirmou.

Lula afirmou ainda que uma ampla aliança para 2022 será possível, mas que é preciso paciência para discuti-la e construí-la nos próximos meses.

(Com informações da Folhapress)

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