Polícia identifica suspeito de estuprar estudante a caminho da Universidade

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Foto: Reprodução/Redes Sociais

Um homem foi identificado esta semana, como o suspeito de ter estuprado uma estudante a caminho da universidade no dia 17 de agosto em Dourados, a 238 quilômetros de Campo Grande. As investigações seguem em curso e as equipes da polícia trabalham com imagens de câmeras de segurança, provas e indícios.

De acordo com informações do site Dourados News, na terça-feira (06) o delegado regional de Dourados, Adilson Stiguivitis Lima, e o delegado do SIG (Setor de Investigações Gerais), Erasmo Cubas, realizam coletiva de imprensa para dar mais detalhes sobre as investigações.

O delegado Stiguivitis declara que outros crimes do tipo foram registrados na região, porém estão em fase de apuração. Ele pede cautela da população na hora de divulgar informações nas redes sociais e qualquer fato novo deve ser imediatamente comunicado a polícia.

“Foram identificados apenas dois fatos praticados, em tese, pela mesma pessoa, que ocorreram em um lapso de 30 dias, de um para o outro. E no mesmo dia que ele consumou o último delito, ele tentou a prática de outro fato”, explicou o delegado Erasmo Cubas.

Os investigadores argumentam que esses tipos de informações desconexas e que não são comunicadas oficialmente podem atrapalhar o processo de investigação por parte da polícia. “Evitem postagem e repostagens de assuntos nesse sentido, isso só assusta”, alertou o delegado do SIG.

O crime

Uma aluna que não teve o nome divulgado, foi estuprada quando estava a um quarteirão da UFGD (Universidade da Grande Dourados), em Dourados. Ela estava próximo a um dos prédios da instituição, onde funcionam os Cursos de Direito e Relações Internacionais. O crime ocorreu na quarta-feira (17) e está sendo investigado pela DAM (Delegacia da Mulher) da cidade.

Por meio de suas redes sociais a estudante da UFGD divulgou um depoimento que relata como aconteceu a abordagem e os procedimentos enfrentados após ela ter sido vítima de violência sexual.

Ela conta que, por volta das 19h30 caminhava em direção a Fadir (Faculdade de Direito e Relações Internacionais) na rua Quintino Bocaiúva, quando o homem se aproximou por trás com ameaças e armado. Ela foi levada para os fundos de um terreno baldio, sendo obrigada a tirar a roupa e em seguida ser estuprada.

“Ele dizia para eu não gritar e eu confirmava dizendo que não o faria. Ele mandou que eu deitasse no chão. Ele mandou que eu tirasse a calça e a calcinha. Ele me penetrou algumas vezes. Ele levantou. Ele foi embora”, diz o relato.

A estudante ainda relata os traumas vividos e os procedimentos burocráticos para a elaboração do boletim de ocorrência e das rotinas médicas.

“Fiz exame de sangue. Fiz o corpo delito. Lembro de tirar a calça para colocar o roupão do hospital e perceber que ela e o chão estavam sujos de terra. Sai do banheiro chorando e pedindo desculpas pela bagunça. Pedi para uma amiga notificar o ocorrido nos grupos das turmas. Quero que todos saibam o que aconteceu comigo. Não quero que ninguém passe pela mesma situação, nem nenhuma parecida”, diz outro trecho do depoimento.

A faculdade suspendeu as aulas na quinta-feira (18) e solicitou uma reunião com as forças de segurança pública do município. As atividades foram retomadas normalmente na sexta-feira (19). A comunidade acadêmica pede medidas que possam garantir a segurança na região, que contém além da UFGD, a Unigran (Centro Universitário da Grande Dourados) e a Faculdade Anhanguera, com intensa movimentação de alunos universitários.

No momento, as investigações do crime são tratadas com sigilo pela Polícia Civil.

Serviço:

Estupro é o tipo mais grave de violência sexual. A lei brasileira descreve o estupro como o ato de “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. Traduzindo: ter contato sexual com alguém através de ameaça ou violência.

As vítimas de violência sexual têm dois caminhos possíveis para buscar ajuda após uma agressão. Procurar um hospital com atendimento especializado para vítimas de violência sexual que oferecem um atendimento completo, de saúde física e psicológica. Além disso, podem registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia.

O ideal é buscar um hospital até 72 horas após a violência para receber atendimento médico o mais rápido possível e apoio de uma equipe de psicólogos e assistentes sociais. A vítima  passa por uma coleta de sangue para verificar se contraiu alguma infecção sexualmente transmissível (IST, antes chamada de DST) ou se há uma gravidez fruto da violência.

Para as ISTs, a vítima receberá medicamentos de profilaxias, para prevenir o contágio por ISTs. As mulheres em idade reprodutiva recebem também uma contracepção de emergência, a pílula do dia seguinte. Por isso o período de 72 horas após a violência é importante.  Quanto mais longe do contágio, menos efeito esses remédios fazem.

Mas mesmo quando o prazo de 72 horas já passou, a mulher deve buscar atendimento. Ela fará um exame de sangue para identificar possíveis contágios para ISTs e será encaminhada para tratamento caso seja necessário. Em casos de gravidez, o aborto é permitido por até 22 semanas de gestação.

Disque 180

O Disque-Denúncia, criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), permite denunciar de forma anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central chegam ao Ministério Público.

Disque 100

Para casos de violações de direitos humanos, o disque 100 é um dos meios mais conhecidos. Aliás, as denúncias podem ser feitas de forma anônima para casos de violações de direitos humanos.

O canal envia o assunto aos órgãos competentes no município de origem da criança ou do adolescente.

Com informações do Dourados News e portal Não se Cale.

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