Uma organização criminosa com ramificações em todo o Brasil e base operacional em Porto de Galinhas (PE), um dos destinos turísticos mais famosos do país, foi alvo da Operação Kéfale, deflagrada nessa terça-feira (15) pela Polícia Federal em 11 estados brasileiros. O grupo é investigado por envolvimento em tráfico internacional de drogas, homicídios e lavagem de dinheiro.
Entre os alvos da ação, um deles atuava em Corumbá (MS), cidade localizada na fronteira com a Bolívia e considerada estratégica para o escoamento de entorpecentes que entram no país por meio das fronteiras boliviana e paraguaia.
De acordo com o delegado Márcio Tenório, em entrevista ao Diario de Pernambuco, a organização funcionava com uma estrutura hierárquica clara e três frentes principais: o tráfico em si (compra, venda e distribuição de drogas como cocaína e crack), a segurança armada das operações (incluindo ameaças e assassinatos) e o esquema de lavagem de dinheiro.
Para legalizar os valores oriundos do crime, os criminosos utilizavam empresas de fachada nos ramos de comércio, ensino e transporte, registradas em nome de “laranjas”. Estima-se que, ao longo de três anos, a quadrilha tenha movimentado cerca de R$ 40 milhões.
Ação nacional
Com epicentro em Pernambuco, especialmente no litoral e na Região Metropolitana do Recife, a organização também mantinha bases em pontos estratégicos de fronteira, como Guajará-Mirim (RO), Cascavel (PR) e Corumbá (MS), todas cidades utilizadas como canais de entrada da droga no território brasileiro.
A Operação Kéfale contou com 109 mandados judiciais, sendo 60 de prisão preventiva e 49 de busca e apreensão. Desses, 102 foram cumpridos, resultando em 53 prisões, sendo 39 de pessoas que estavam em liberdade e 14 já encarceradas. Sete investigados continuam foragidos. No caso específico de Corumbá, a Polícia Federal ainda não confirmou se o alvo local foi capturado ou se está entre os foragidos.
O nome da operação, Kéfale, vem do grego e significa “cabeça”, fazendo alusão à tentativa de desarticular a cúpula da organização criminosa, especialmente seus líderes e responsáveis pelas operações de tráfico e lavagem de dinheiro.
A investigação segue em andamento, e a expectativa da Polícia Federal é de que novos desdobramentos aconteçam nas próximas semanas, incluindo possíveis bloqueios de bens e aprofundamento na análise do fluxo financeiro do grupo.
Acesse as redes sociais do Estado Online no Facebook e Instagram
Leia mais
Caso da mulher que agrediu criança em bar é investigado pela polícia