Mulher se envolve com presidiário, é quase morta pelo “tribunal do crime” e vive dias aterrorizantes

Divulgação/Polícia Civil
Divulgação/Polícia Civil

Para proteger uma mulher que reside em Água Clara, mas é vítima de diversas formas de violência doméstica por parte de um membro de facção criminosa preso na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, a Polícia Civil deflagrou nesta semana a Operação Custodire.

Segundo informações policiais, a vítima conheceu o agressor, através do Facebook, quando ele já estava preso na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, pelo crime de tráfico de drogas. Durante conversas por aplicativo, o agressor teria coagido a vítima a visitá-lo no presídio, o que já acontece desde o ano passado.

O envolvimento entre eles ficou mais agressivo e o homem passou a exigir depósitos regulares de valores em determinada conta, sob pena de morte. Para que as visitas continuassem, o agressor ameaça a vítima de ferir os filhos dela, pois ele afirmava ser membro de uma facção criminosa.

Ainda segundo relato da Polícia Civil, todas as vezes que ela decidia parar de visitá-lo, o detento mandava membros da facção ir na residência da vítima para fazer ameaças. Em relato a mulher disse: “Uma vez reviraram a casa toda, outra vez quebraram os aparelhos de telefone celular dos meus filhos, quebraram os vidros de casa e colocaram uma arma na minha cabeça e me fizeram ficar de joelhos até que eu aceitasse ir para Campo Grande visitá-lo”, contou.

Cansada das ameaças, na última sexta-feira (18), a vítima procurou a delegacia de Água Clara para pedir medidas de proteção. E afirmou que o homem determinou a ela que tivesse relação sexual com uma pessoa que ele iria indicar, filmasse o ato e mandasse para ele, o que ela recusou.

Segundo a vítima, o agressor teria ficado sabendo do envolvimento da polícia no caso e, supostamente, mandou que integrantes da facção fossem até a casa dela e ateassem fogo, o que de fato do domingo (20).

A vítima foi abrigada provisoriamente na casa de um parente, mas o agressor descobriu o paradeiro dela e mandou que ela fosse trazida para Campo Grande para ser “julgada” num “Tribunal do Crime”.

Nesta terça-feira (22), homens vinculados à facção criminosa, foram até Água Clara e levaram a vítima e seus três filhos até Ribas do Rio Pardo, de onde viriam para Campo Grande.

A equipe da Polícia Civil de Água Clara descobriu que a vítima estava sendo sequestrada e solicitaram apoio da Delegacia de Polícia de Ribas do Rio Pardo, que conseguiu resgatar a vítima e seus três filhos.

A família da vítima recebeu uma ameaça do agressor no sentido de que mais duas residências seriam incendiadas em Água Clara. Em razão disso, a Polícia Militar foi acionada para fazer a segurança dos endereços com reforços de Três Lagoas.

Devido à gravidade dos fatos, a vítima e os três filhos foram transferidos para um abrigo fora do Estado.

Vistoria

Na manhã desta quarta-feira (23), com o apoio do Batalhão de CHOQUE, Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) realizou buscas na cela do agressor onde foram encontrados 11 celulares e anotações referentes a crimes. Além disso, o agressor foi transferido para um local seguro, onde não terá qualquer contato com o mundo externo.

Houve representação da Polícia Civil pela prisão preventiva do agressor, que aguarda análise pelo Poder Judiciário, bem como as investigações continuam para identificar os coautores do incêndio e do sequestro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *