Mãe e padrasto mentem sobre saúde de bebê e são presos por maus-tratos

Foto: João Gabriel Vilalba
Foto: João Gabriel Vilalba

Mãe e padrasto de um bebê de 1 ano e um mês, foram presos, nesta terça-feira (14), após levarem a criança para atendimento médico em pronto-socorro da Capital e a equipe médica desconfiar de maus-tratos, em Campo Grande. A vítima estava com clavículas quebradas, pneumotórax (colapso nos pulmões causado pela presença de ar), além de traumatismo craniano.

Ao O Estado Online, o delegado da DEPCA (Delegacia Especializada de Atendimento a Criança e ao Adolescente), Roberto Morgado, explicou o caso e as circunstâncias em que a Polícia foi acionada.

“Na tarde de ontem, recebemos a informações que havia dado entrada em uma unidade hospitalar da capital, uma criança com algumas lesões que sugeriam violência. Possivelmente familiar. Uma equipe policial foi ao local e ao fazer os primeiros levantamentos, descobriu- se que havia indícios de crime, por parte da mãe e do padrasto. Nos deslocamos até a residência do casal onde foram realizados exames periciais no local”, explicou Roberto Morgado.

Ao serem questionados, o casal apresentou duas versões sobre os acontecimentos. A princípio eles disseram que a criança teria caído da cama.

“Na primeira versão que o casal apresentou ao serem ouvidos, foi de que pela manhã, por vota das 7h, o padrasto saiu para trabalhar e minutos depois a criança teria caído. A mãe disse que ligou para avisar o esposo, mas que não viu gravidade. Às 9h da manhã do mesmo dia, a mãe disse que, o bebê passou mal e ela, então, ligou para o padrasto e falou sobre o caso, alertando o homem. A mãe confirmou que o homem voltou para casa e ajudou no socorro fazendo respiração boca a boca no bebê e levaram para o hospital”, disse o delegado.

O delegado afirma ainda que, durante as primeiras diligências feitas pela equipe policial, percebeu-se que havia contradições no depoimento dos responsáveis pela criança. “Ao serem indagados sobre alguns detalhes, o padrasto acabou confessando que a primeira versão dada era falsa. O homem disse que inventou a mentira a pedido da mãe da criança, pois, na verdade, o bebê havia ficado sozinho desde às 7h da manhã de ontem (14), para o padrasto levar a mãe, que é manicure, para atender uma cliente”, revelou.

Versão verdadeira 

Foi o próprio padrasto que revelou a verdade sobre os ferimentos do bebê que, foi deixado sozinho em casa. “Eles decidiram deixar a criança sozinha em casa. Ao voltar, o homem encontrou a criança caída no chão próximo ao sofá e chorando, mesmo assim, ele acreditou que estava tudo bem com o bebê. Por volta das 9h da manhã a vítima começou a vomitar e assar mal. Ele, então, avisou a mãe que retornou para a residência e acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) para levar a criança até o hospital” explicou.

O quadro de saúde do bebê é delicado, pois ao dar entrada no pronto-socorro e pelas condições graves em que se encontrava, houve a necessidade de entubá-la. “A criança será submetida a exames para saber o que provocou ar na região torácica e as fraturas na clavícula. Isso é algo que será comprovado após esses exames, depois de ela deixar o hospital. A criança ainda está internada e entubada, ontem eles foram presos por abandono de incapaz majorado e por fraude processual qualificada, por conta de terem mentido durante as apurações”, afirmou.

O delegado, ao decretar a prisão em flagrante, pediu ao Poder Judiciário que convertesse em prisão preventiva. “A investigação continua e outras diligências ainda serão realizadas e os dois ficarão a disposição da Justiça”.

Serviço:

Disque 180

O Disque-Denúncia, criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), permite denunciar de forma anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central chegam ao Ministério Público.
Disque 100
Para casos de violações de direitos humanos, o Disque 100 é um dos meios mais conhecidos. Aliás, as denúncias podem ser feitas de forma anônima para casos de violações de direitos humanos.

O canal envia o assunto aos órgãos competentes no município de origem da criança ou do adolescente.

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