A Justiça decidiu manter, de forma preventiva, a prisão de Vitor Ananias de Jesus, 25 anos, acusado de matar a esposa, Letícia Ferreira Araújo, também de 25 anos, atropelada na noite de sábado (9) em Cassilândia, a 419 quilômetros de Campo Grande. A decisão foi tomada durante audiência de custódia nessa segunda-feira (11).
Vitor foi preso em flagrante pela Polícia Militar horas após o crime. Em depoimento, afirmou que o atropelamento teria sido acidental. Segundo ele, após uma discussão, manobrava o carro quando Letícia, que estava do lado de fora, teria segurado o volante e perdido o equilíbrio.
O juiz que analisou o caso destacou que a prisão preventiva foi decretada para garantir a segurança pública, impedir qualquer interferência nas investigações e assegurar a aplicação da lei. A medida, segundo a decisão, também busca proteger os direitos das mulheres e reforçar o combate à violência de gênero. A reavaliação da prisão deverá ocorrer a cada 90 dias, como prevê a legislação.
Pedido de socorro interrompido
Minutos antes de ser morta, Letícia tentou pedir ajuda à Polícia Militar. A ligação, porém, foi interrompida no meio de uma discussão com o companheiro. Conforme apuração, ela chegou a dizer que estava sendo agredida, mas não conseguiu informar o endereço. Enquanto o policial atendente fazia perguntas, a briga continuava ao fundo e a chamada caiu.
O crime, investigado como feminicídio, foi presenciado pelo filho mais velho do casal, de seis anos. Eles também tinham outro menino.
De acordo com a Polícia Civil, equipes da PM foram acionadas após uma denúncia de discussão entre o casal. Quando chegaram ao local, Letícia já estava morta, após ser atingida por um Volkswagen Gol, que em seguida colidiu contra o muro de uma residência próxima.
A polícia informou que não havia marcas de frenagem na pista, o que reforça a suspeita de atropelamento intencional. Uma testemunha afirmou ter visto a ação, descrevendo a dinâmica compatível com os danos no veículo. Imagens de câmeras de segurança da região registraram o momento e devem ajudar a esclarecer os fatos.
Este é o segundo feminicídio registrado em Cassilândia em 2025 e o 22º em Mato Grosso do Sul neste ano.
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