Alfredo Henrique Oruê dos Santos, de 21 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira (4) dormindo em uma boca de fumo no bairro Jóquei Clube, em Dourados, a cerca de 80 km de Glória de Dourados, onde horas antes assassinou brutalmente a própria mãe, Michelly Rios Midon Oruê, de 47 anos. O crime chocou a população da região e ganhou contornos ainda mais trágicos após a divulgação de um vídeo, gravado por Michelly, no qual ela declara seu amor incondicional pelo filho.
“Nada pagaria o preço de ser sua mãe”, disse Michelly na gravação que circula em grupos de WhatsApp. A homenagem, feita em tom emocionado, mostra fotos de momentos entre mãe e filho e traz a narração da vítima expressando orgulho, carinho e esperança. Pouco tempo depois, ela seria encontrada morta no quintal da própria casa, com ao menos cinco golpes de faca, um deles na jugular, segundo a perícia.
O vídeo gravado por ela fica como como símbolo do amor materno e da tragédia que se seguiu. “Hoje eu quero falar para você que a minha maior honra na vida é ver você se tornando um homem maravilhoso…”, diz um trecho da gravação.
Michelly foi localizada por familiares na noite de quinta-feira (3), por volta das 19h40, no Centro de Glória de Dourados. Amigos e parentes decidiram ir até o imóvel após horas sem conseguir contato com a vítima. Ao entrarem na residência, encontraram o corpo caído no fundo da casa. A polícia confirmou que o filho, Alfredo, era o único que estava com ela no momento do crime, já que o marido da vítima estava fora da cidade, a trabalho.
Após o assassinato, o jovem fugiu com o carro da família, um Renault Logan branco. Foi localizado e preso por policiais militares na manhã seguinte, em Dourados, enquanto dormia em uma boca de fumo. Ao ser levado para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), confessou o crime diante de repórteres que acompanhavam sua chegada. Ele não resistiu à prisão.
Segundo familiares, Alfredo havia sido diagnosticado com esquizofrenia e tinha histórico de comportamentos agressivos, especialmente sob efeito de drogas. Michelly havia se mudado para Glória de Dourados justamente em busca de melhor atendimento para o filho. Antes, moravam em Sidrolândia, onde o jovem já havia tentado tirar a própria vida e chegou a ficar internado por 15 dias.
O caso provocou grande comoção em Glória de Dourados e em toda a região. A Polícia Civil classificou o assassinato como feminicídio, e o número de casos com esse enquadramento em Mato Grosso do Sul chegou a 18 somente em 2024.
Agora, a polícia investiga as circunstâncias do crime e busca entender o que levou Alfredo a cometer o assassinato.
Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook e Instagram