Um abatedouro clandestino de frangos foi fechado na sexta-feira (22) no Bairro Los Angeles, em Campo Grande, durante ação da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) em parceria com a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal). No local, o idoso José Carlos Xavier, de 62 anos, foi preso em flagrante enquanto realizava o abate das aves.
Segundo a polícia, as condições sanitárias eram críticas: frangos mortos no chão, vísceras espalhadas, aves desnutridas e outras queimadas, provavelmente por permanecerem próximas ao fogão usado para depenagem. Além disso, dezenas de galinhas estavam encaixotadas havia dias, com unhas crescidas e sinais de maus-tratos.
Em depoimento, José contou que trabalhava no abatedouro havia duas semanas e recebia R$ 1,50 por ave abatida. Ele relatou que começava a atividade por volta das 6h30, esquentava a água em um tambor para depenar as galinhas e, em seguida, cortava o pescoço com uma faca. As vísceras e cabeças eram despejadas em um rio a aproximadamente 100 metros do local.
O idoso disse ainda que, no momento em que a polícia chegou, já havia abatido 30 galinhas e que ainda restavam outras 90. Ele afirmou não saber de onde vinham os animais nem para onde eram vendidos e preferiu não identificar quem o contratou. Outro homem, identificado apenas como Davi, conseguiu fugir ao perceber a chegada das equipes.
José alegou que trabalhava no local por “necessidade e sobrevivência”. Ele ainda não passou por audiência de custódia.
Reincidência
Esta não é a primeira vez que o idoso é flagrado nesse tipo de atividade. Em 2021, José Carlos já havia sido preso em outro abatedouro clandestino, no Bairro Parque Lageado, onde cerca de 200 aves foram encontradas em condições insalubres. Na época, ele confessou que abatia de 30 a 40 galinhas por dia, também recebendo por unidade abatida e sem inspeção oficial.
Agora, ele volta a responder por manter em depósito ou vender mercadoria imprópria para consumo humano. A pena prevista varia de dois a cinco anos de prisão. Por se tratar de reincidência, José segue detido sem direito a fiança no momento. A Polícia Civil segue investigando quem seria o responsável pela comercialização da carne e o destino das aves abatidas.
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