Alunos de escola indígena de Amambai, a 340 quilômetros de Campo Grande, sofreram ameaças de massacre em um grupo de conversas na manhã de ontem (27). Devido as ameaças as aulas foram canceladas nesta quinta-feira (28) e o retorno esta marcado para amanhã (29).
As diretoras das escolas municipais e uma coordenadora de uma escola estadual, todas localizadas na aldeia de Amambai foram a Delegacia de Polícia Civil para realizar boletim de ocorrência.
De acordo com a denúncia, no período matutino elas receberam mensagens via grupos de bate papos, enviadas por pais de alunos que avisaram sobre as ameaças, feitas por autor desconhecido. As mensagens detalhavam os horários de entrada e saída das crianças e perguntavam sobre armas que poderiam ser utilizadas para o crime.
Em parte especifica da ameaça, o autor ainda diz que mais de uma pessoa participaria do crime. “Vou avisar alguns homens que estão com a gente, para entrar naquela escola e metralhar os filhos dos vagabundos, antes da eleição”, relata a mensagem.
A diretora ainda comunicou o MPF (Ministério Público Federal) sobre o caso. Elas ainda relataram no depoimento que as ameaças podem ter sido motivadas devido a brigas sobre a liderança da aldeia. De acordo com informações, a eleição citada será para definir o novo líder político da reserva marcada para o domingo (31) e que deve retirar João Gauto do cargo.
A comunidade guarani-kaiowá pede a retirada de João Gauto após a oposição acusar o líder de facilitar a operação do Batalhão de Choque na Fazenda Borda da Mata, em maio deste ano e que causou a morte do indígena Vito Fernandes, de 42 anos.