Dois homens foram presos em flagrante na última semana, por envolvimento com aliciamento e prática de trabalho análogo à escravidão, na região de Iguatemi, próximo a fronteira do Paraguai e a 460 quilômetros de Campo Grande. O trabalho de investigação foi feito pela Polícia Federal em conjunto com o Ministério do Trabalho.
Após o levantamento de informações, as equipes da Polícia e do Ministério localizaram uma fazenda, onde aproximadamente 30 trabalhadores rurais, de nacionalidade paraguaia, trabalhando em condições degradantes e análogas à escravidão em uma lavoura de mandioca. Também foi constatado o fornecimento de moradia precária aos trabalhadores.
Além das inadequadas e abusivas condições de trabalho, a remuneração dos trabalhadores era paga por meio de “vales”, os quais somente eram aceitos em estabelecimento comercial de propriedade do aliciador do grupo criminoso. Criando um círculo vicioso que aprisionava as vítimas no local, impedindo ou dificultando o retorno ao Paraguai.
O auto de prisão foi lavrado na Delegacia de Polícia Federal de Naviraí/MS. Os envolvidos foram liberados após pagamento de fiança no valor de R$ 50 mil, imposta pela Justiça Federal.
Os envolvidos respondem pelo crime de submeter indivíduos a condição análoga à de escravo, sujeitando-os a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, submetendo-os a condições degradantes de trabalho, restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador, além da pena correspondente à violência.
A ação também contou com o apoio da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul e da Assistência Social de Iguatemi/MS.
Com informações da Polícia Federal.