Vizinhos do casal preso, suspeito de matar, a filha de dois anos e sete meses e levar o corpo da criança na noite de ontem (27) ao Upa Coronel Antonino, já haviam denunciado a mãe da criança por maus-tratos, em Campo Grande.
Conforme apurou a reportagem, aos prantos, uma testemunha que pediu para não ser identificada, disse que já havia denunciado o casal, pois percebia que a menina chorava sem parar dentro da casa onde eles moravam.
“No ano passado fiz uma denúncia anônima a imprensa, sobre maus-tratos que essa criança vivia. Ela chorava muito e me deixava com coração partido”, disse.
Mãe e padrasto moravam com as duas crianças e, outra testemunha, que também não será identificada, afirmou que já tinha falado, inclusive, com o pai da criança.
“Ano passado escutei por mais de uma hora essa menina chorando e achei bem estranho. Liguei e falei com o pai que me disse que já estava pedindo a guarda da criança”, afirmou.
Ainda conforme apurado pela reportagem, o casal estava morando no interior do Estado, pois já respondiam por maus-tratos a animais e a mãe da criança já tinha sido preso pela Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista), e responde em liberdade pelo crime.
Na época os dois foram denunciados por maltratarem dois cachorros e deixarem os animais vivendo em meio as fezes e sujeira e sem beber água.
Caso registrado na Depac Centro, será encaminhado a DEPCA (Delegacia Especializada de Atendimento a Criança e ao Adolescente).
Serviço:
Disque 180
O Disque-Denúncia, criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), permite denunciar de forma anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central chegam ao Ministério Público.
Disque 100
Para casos de violações de direitos humanos, o disque 100 é um dos meios mais conhecidos. Aliás, as denúncias podem ser feitas de forma anônima para casos de violações de direitos humanos.
O canal envia o assunto aos órgãos competentes no município de origem da criança ou do adolescente.
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A violência no Brasil é conceituada como, o uso intencional de força ou poder físico, como ameaça ou ação correta, contra si mesmo ou contra outro.
A violência contra criança e adolescente no estado do Mato Grosso do Sul até pouco tempo era tratada como um assunto familiar visto pela sociedade como uma forma de educar e resolver um problema, mas, esse problema é mundial que atinge vítimas em situações diversas. No ano de 2022 no Mato Grosso do Sul o Jornal Campo Grande News denunciou a morte de 47 crianças e adolescentes de forma violenta no Estado do Mato Grosso do Sul. O número crescente de casos bem como a sua consequência faz deste, um problema de saúde pública, pois leva a complicações físicas, psicológicas e em casos graves, como foi visto no dia 26/012023, a morte de uma criança. Os profissionais de saúde referem insegurança quanto as atitudes que devem ser tomadas frente à identificação da violência na infância e adolescência, a assistência prestada na maioria das vezes é notada nas vítimas mais graves, passando despercebido os casos que não apresentam algum tipo de lesão aparente. O medo faz com que alguns casos não sejam notificados e isto acaba perpetuando a prática da violência na infância e adolescência. Como propósito de amparo para essas vítimas, o Estatuto da Criança e Adolescente, cita que o indivíduo que presenciar ou praticar qualquer tipo de maus tratos contra a criança e não denunciar está sujeito a penalidades do código penal vigente no Brasil.
O cuidado a crianças vítimas de violência intrafamiliar é tratado como um desafio para o Estado e a Prefeitura, pois quando chegam ao serviço de saúde, devem deparar com profissionais capacitados e qualificados para abordagem correta a ser realizada e a criança vítima deve ser encaminhada para a rede de proteção, para que isto ocorra.
Estamos vendo nos últimos dias no MS e a prefeitura de CG que o sistema de saúde tem papel fundamental na articulação dos serviços de acolhimento, atendimento e acompanhamento nos casos de qualquer tipo de violência, necessitando de interação destes outros serviços, como educação, ação social, conselho tutelar e segurança nos casos específicos.
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