Nem todo paciente da COVID colabora com o monitoramento

Além dos infectados, médicos das unidades de saúde passaram a acompanhar e orientar também casos suspeitos

Os últimos dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) mostraram que Campo Grande tem mais de 2,7 mil casos em isolamento domiciliar e mais de 1,7 mil sob suspeita de infecção pelo novo coronavírus.

O trabalho depende da unidade em que o paciente busca o atendimento. Parte dos 4,4 mil pacientes são monitorados diariamente, para os quais os médicos responsáveis realizam ligações para avaliar o agravamento da doença, como o vírus tem se comportado, se existe a necessidade de internação e, ainda, identificar os possíveis contatos familiares ou locais, que possam apresentar risco de ser contaminado pelo vírus. Porém o cuidado extra tomado pelos profissionais da saúde só apresenta efetividade se o paciente seguir o protocolo estabelecido, colaborando com o serviço realizado, o que nem sempre ocorre.

Os casos confirmados, estão sendo acompanhados desde o início da pandemia, porém o monitoramento dos casos suspeitos teve início nesta semana, junto com a oferta de testes nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e UBSFs (Unidades Básicas de Saúde da Família) do município, mas a forma como é realizado muda de acordo com a unidade.

De acordo com a médica Vanice Fernandes, que atua na Unidade da Família do Ana Maria do Couto, o protocolo adotado tem intenção de garantir resultados reais, pois, como se trata do teste rápido, existe a possibilidade de falso negativo. “A equipe definiu um protocolo próprio, no qual agendamos o teste para o 10º dia, na tentativa de dar uma cobertura maior em relação ao vírus, que antes disso pode apresentar o falso negativo, mas o acompanhamento diário é realizado desde o primeiro atendimento”, contou. O teste rápido só identifica o vírus no organismo após oito dias do surgimento dos sintomas.

O isolamento social é importante até mesmo nos casos suspeitos, pois, se após o período de espera o vírus for confirmado, o risco de ter repassado a doença para aqueles com quem teve contato é grande. Ocorre com maior frequência nos casos em que o vírus se apresenta de forma assintomática. “Existem algumas pessoas que não aderem [ao isolamento], pois caso seja assintomática e trabalhe fora, tende a ter uma resistência muito grande em ficar em casa, e, tem sido difícil convencer a família que isso é preciso”, afirmou Fernandes.

O acompanhamento dos casos é outro fator que pode causar estresse nos pacientes, já que o mesmo protocolo é repetido todos os dias. “Nós tivemos casos em que a paciente passou dias ignorando as ligações, nós encaminhamos uma equipe de agentes de saúde para verificar como ela estava, mas ela não os atendeu também. Até que a mãe, que se enquadra no grupo de risco, passou mal e precisou vir ao médico, então, nós precisamos desse apoio, que atendam nossa equipe, para que esse cuidado possa ser estendido ao máximo de pessoas possíveis”, relatou Vanice.

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(Texto: Amanda Amorim/Publicado por João Fernandes)

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