Representantes da Polícia Militar Ambiental em Miranda, da Polícia Rodoviária Federal e do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), por meio do programa Felinos Pantaneiros, se reuniram nesta sexta-feira (10) para alinhar e intensificar as ações preventivas contra o atropelamento de animais, principalmente de felinos, na BR-262, que corta o Pantanal. O programa Felinos Pantaneiros tem como parceiro estratégico a GM.
No encontro foi definido que os agentes farão atividades orientativas aos motoristas, agora nas proximidades do Carnaval, quando o fluxo de veículos tende a aumentar na BR-262. Os trechos mais críticos já começaram a ser monitorados e ação conta com o apoio de moradores e donos de propriedades na região. Segundo o Instituto, entre 2016 e 2023, 17 onças-pintadas morreram vítimas de atropelamento na BR-262, no trecho de cerca de 200km entre Miranda e Corumbá. Na lista vermelha da União Nacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês), a espécie é classificada como quase ameaçada.
Além disso, o IHP fez levantamento que indicou que em um dia, agora em de janeiro de 2023, 10 animais silvestres foram mortos, de 7 espécies diferentes. Um tamanduá-bandeira, espécie vulnerável à extinção segundo Ministério do Meio Ambiente (MMA), está nessa relação de atropelamentos. O volume maior de chuva neste ano é fator que influencia em uma maior movimentação de animais silvestres no Pantanal.
Na reunião, o presidente do IHP Angelo Rabelo pontuou que a urgência da reunião surgiu de uma provocação da sociedade civil, a partir de comunicados de moradores locais. Ele acrescentou que o intuito do trabalho é orientar para evitar que as ocorrências cresçam. “Infelizmente, temos uma das rodovias que mais mata animais por atropelamento no país. Vamos trabalhar em conjunto, com muito apoio das autoridades públicas, para aplicar medidas para evitar esses atropelamentos”, disse.
Já o Capitão Jorge Manoel Martins Junior, comandante da Polícia Militar Ambiental de Miranda, esclareceu que o foco das ações a serem realizadas nos próximos dias é reduzir os índices de atropelamento a partir da conscientização.
“Nós possuímos dados alarmantes envolvendo acidentes com animais silvestres nesse trecho da BR-262, que compreende os municípios de Miranda e Corumbá. Tivemos uma reunião para que as instituições pudessem elaborar ações de cunho de conscientização dos motoristas dessa região. A Polícia Militar Ambiental de Miranda vai atuar com blitz e policiamento ostensivo e preventivo, bem como com patrulhamento no trecho da via. Esperamos que os índices diminuam muito em breve”, ressaltou.
O inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Tércio Baggio destacou que a BR-262 corta o Pantanal, o que exige dos motoristas uma atenção redobrada. “O risco existe em qualquer rodovia do Estado e do Brasil, mas na BR-262 a gente tem o Pantanal, onde há um alto fluxo de animais silvestres que atravessam a rodovia. Muito cuidado ao viajar à noite, atenção no período de chuva, com a visibilidade dificultada. É um prejuízo para a vida silvestre e para os condutores um atropelamento desse tipo.”
Sobre o IHP e o Felinos Pantaneiros
O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002 e instituído no dia 30 de março de 2012 em Corumbá (MS), atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.
Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área. Os programas que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza.
O programa Felinos Pantaneiros existe desde 2016 e tem como parceiro estratégico a GM. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/.
