As 12 araras-azuis-de-lear repatriadas do Togo ao Brasil chegaram à Estação Quarentenária de Cananéia (EQC) na madrugada de terça-feira (27) e estão sob os cuidados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O papel da EQC é assegurar que as aves que serão internalizadas em território nacional não estejam infectadas com patógenos (vírus, bactérias, parasitas, etc) exóticos, com os quais elas possam ter tido contato durante o período em que estiveram fora do Brasil. A avaliação leva em conta o estresse e as condições irregulares de transporte a que foram submetidas.
As aves e 17 micos-leões-dourados foram resgatados de um veleiro, na cidade de Lomé, capital do Togo, no dia 12 de fevereiro. Os animais foram trazidos de volta ao Brasil por uma força-tarefa que mobilizou a Polícia Federal, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e autoridades togolesas. Quatro pessoas foram presas.
De acordo com o auditor fiscal federal agropecuário do Mapa, Newton Tércio Netto, uma vez confirmado que as araras estejam livres de patógenos exóticos, elas serão autorizadas a entrar definitivamente em território nacional. “A partir de então, a responsabilidade pelo transporte, destinação, reabilitação e destinação definitiva dessas araras passa a ser de responsabilidade dos órgãos ambientais e parceiros envolvidos no projeto de conservação da espécie”, explicou ele, que é responsável pela quarentena de aves ornamentais da EQC.
Entenda o caso
As araras e micos-leões-dourados tinham como destino final a cidade de Benim, na Nigéria. De acordo com nota da Polícia Federal divulgada pela EBC, um uruguaio, um surinamês, um brasileiro e um togolês estavam a bordo da embarcação brasileira que transportava os animais. Eles foram abordados pelas autoridades locais no dia 12, na costa africana, e presos em flagrante pela posse de espécies protegidas por estarem em perigo de extinção.
As duas espécies não podem ser comercializadas conforme previsto pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), da qual os dois países são signatários.
Os animais foram transportados para a Embaixada do Brasil em Lomé, onde receberam cuidados de veterinários do Ibama enviados à África com o objetivo de assegurar a sobrevivência dos exemplares. Ainda de acordo com a EBC, os profissionais que trabalharam na reabilitação avaliaram que os micos-leões estavam desnutridos, com sinais de intoxicação por óleo de motor e as araras aparentavam estresse.
Após o trabalho de recuperação, novos esforços com a participação do Mapa e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) trouxeram os animais ao Brasil no dia 24 de fevereiro. Os micos cumprirão quarentena em um centro de recuperação de animais e deverão ser identificados por microchips.
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