Tatu-canastra é capturado pela primeira vez em projeto que alia conservação e reflorestamento no Estado

Foto: Divulgação
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Parceria entre Suzano e ICAS busca entender comportamento do maior tatu do mundo e proteger a espécie em áreas de eucalipto no Cerrado

Um projeto inédito de conservação ambiental no leste de Mato Grosso do Sul resultou na primeira captura monitorada de um tatu-canastra (Priodontes maximus), a maior espécie de tatu do mundo. A ação faz parte da iniciativa “Canastras e Eucaliptos”, desenvolvida pela Suzano, maior produtora mundial de celulose, em parceria com o Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS). O objetivo é estudar e proteger o animal em áreas florestais da empresa, que combinam vegetação nativa e plantações de eucalipto.

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O projeto teve início em abril de 2024 com a formalização da parceria. Em julho do mesmo ano, começaram as atividades de campo, como o mapeamento do território, instalação de armadilhas fotográficas e busca por rastros do animal. Em março deste ano, uma fêmea adulta, com cerca de 37 quilos e 1,52 metro de comprimento, foi capturada pela primeira vez para exames e coleta de dados.

A localização exata do avistamento não foi divulgada para garantir a segurança da espécie. O animal passou por exames clínicos detalhados, incluindo hemograma, análises bioquímicas hepáticas e renais, coletas de fluidos nasais e orais, além da análise de fezes. O tatu também recebeu um transmissor GPS com acelerômetro que, durante três meses, fornecerá informações sobre seus deslocamentos e hábitos comportamentais.

“A captura do primeiro tatu-canastra por meio do projeto em parceria com o ICAS é fundamental para compreendermos melhor os hábitos desse gigante do Cerrado e, assim, aprimorarmos nossos processos com foco na conservação da biodiversidade em nossas áreas. É importante ressaltar que todo o manejo florestal da Suzano é desenvolvido com foco na proteção ambiental, o que inclui o plantio em mosaico, programas de restauração ambiental, monitoramento da fauna e implantação de corredores de biodiversidade para conectar fragmentos do Cerrado, dentro e fora de suas áreas”, afirma Renato Cipriano Rocha, coordenador de Meio Ambiente da Suzano em Mato Grosso do Sul.

O equipamento instalado no animal registra um ponto de localização a cada sete minutos e permite distinguir comportamentos como repouso, deslocamento e escavação. Segundo os pesquisadores, essas informações são essenciais para a criação de estratégias eficazes de conservação.

“Com a captura do primeiro indivíduo na área da Suzano, iniciamos o monitoramento do deslocamento da espécie em um ambiente composto por Cerrado e plantações de eucalipto. O objetivo é conservar o tatu-canastra, independentemente de onde ele esteja. As plantações de eucalipto são uma realidade no estado e estão em expansão. Ao compreender o comportamento da espécie nessas áreas, conseguimos otimizar os corredores ecológicos, promovendo a conectividade e permitindo a circulação dos animais com mais segurança”, ressalta Gabriel Massocato, biólogo do Programa de Conservação do Tatu-canastra e do ICAS.

Além do tatu-canastra, as armadilhas fotográficas instaladas para o projeto também têm registrado outras espécies que habitam as áreas florestais da empresa, como queixada, cateto, anta, tamanduá-bandeira, irara e onça-parda.

A Suzano possui mais de 808 mil hectares de área florestal em Mato Grosso do Sul. Desse total, cerca de 250 mil hectares são destinados exclusivamente à conservação da biodiversidade. Nessas áreas, já foram identificadas mais de 1,5 mil espécies, incluindo 770 tipos de plantas, 388 aves, 136 artrópodes, 92 mamíferos, 68 peixes, 61 répteis e 41 anfíbios.

 

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